A segunda audiência do jogo do bicho, após a deflagração da Operação Sucessione, em 2023, foi marcada para março deste ano. A primeira audiência aconteceu em novembro de 2024. O deputado Neno Razuk é apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como o líder da organização criminosa que contava com policiais militares como ‘gerentes’ do grupo.
Informações obtidas pelo Midiamax são de que a audiência foi marcada para o dia 3 de março. Na primeira audiência foram ouvidas testemunhas do Gaeco. Entre testemunhas de acusação e defesa, foram ouvidas 20 pessoas.
Na primeira audiência, as defesas de Neno Razuk informaram que, “Na audiência marcada e nas próximas à defesa, terá a oportunidade de esclarecer o que é a verdade: Neno Razuk é primário, ficha-limpa e inocente. Quem tiver paciência saberá disso no final”.
Na época da deflagração da Operação Sucessione, Neno foi alvo de buscas e apreensão em sua casa em um condomínio de luxo, em Campo Grande. Na ocasião, quatro assessores do deputado foram presos. O major aposentado da PM, Gilberto Luiz, também foi preso.
O deputado foi acusado de usar servidores da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) para a organização criminosa do jogo do bicho. As denúncias de servidores da secretaria envolvidos com a organização causaram um racha na secretaria.
Reportagem do Jornal Midiamax, em julho de 2024, revelou uma guerra entre os grupos de Neno Razuk, ‘Banca BR’, contra outro grupo, ‘Banca Kapital’, que estaria tentando dominar o jogo do bicho em Campo Grande.
Segundo alguns anotadores de apostas, policiais militares e civis estariam abordando os cambistas para impor a mudança do controle das banquinhas do jogo do bicho para os donos da ‘Banca BR’.
Em agosto de 2024, um perito da Polícia Civil foi denunciado a Corregedoria por ameaçar anotadores do jogo do bicho do grupo que seria rival a Neno Razuk, que supostamente seria apontado como líder.
Perito da PC usou celular para ameaçar anotadores de grupo rival
Um perito da Polícia Civil foi denunciado por fazer ameaças ao grupo rival de anotadores do jogo do bicho que estão atuando em Campo Grande. O Midiamax teve acesso ao documento da denúncia.
O documento traz que as novas ameaças começaram um dia antes de 8 de julho de 2024. No dia em questão, uma segunda-feira, a vítima disse que estava em casa junto da família. Uma vizinha teria mandado mensagens dizendo que tinha visto parado em frente a casa do anotador um Fiat Pálio, de cor vermelha, com três homens, em atitude suspeita.
Um deles desceu do carro e passou a fazer fotos da residência, indo, inclusive, até o portão se abaixando e fazendo fotos de dentro da garagem da vítima. Logo em seguida, o homem voltou para a esquina onde continuou de ‘campana’. Momentos depois, a esposa do anotador saiu da residência e percebeu que estava sendo seguida pelo mesmo veículo que anteriormente estava em frente de sua casa.
Com medo, ela parou em uma farmácia para abrigar-se e ligou para o marido que pediu que acionasse a polícia. Um dos ocupantes do carro ainda desceu e ficou na esquina ‘cuidando’ a mulher que saiu do local indo em uma loja de roupas.
Ela foi seguida mais uma vez pelos ocupantes do carro. O marido da mulher foi em seu encontro e quando chegou ao local, o ocupante do Fiat Pálio que estava de ‘tocaia’ foi embora. Em seguida, a Polícia Militar chegou ao local e de acordo com a vítima, um dos militares que estava no local seria um conhecido.
Ao mostrar a foto do suspeito para o policial, ele não o reconheceu. No entanto, ainda conforme o relato, dias antes de ter a esposa perseguida, o anotador revelou que recebeu mensagens com ameaças e intimidações. As ameaças determinavam que ele parasse de trabalhar no grupo que está atuando em Campo Grande, no jogo do bicho.
Discover more from FATONEWS
Subscribe to get the latest posts sent to your email.