As tarifas sobre o aço, decretadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a partir desta quarta-feira (12/3), afetará diretamente a área siderúrgica brasileira. O setor poderá enfrentar uma perda de exportação de até US$ 1,5 bilhão e uma queda produtiva de, aproximadamente, 700 mil toneladas, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O Instituto destaca que a tarifa aplicada poderá afetar negativamente a produção de metais ferrosos brasileiros em 2,19%, uma contração de 11,27% das exportações e 1,09% de redução das importações. Fernando Ribeiro, coordenador de relações econômicas internacionais do Ipea, descreve o mercado estadunidense como “muito importante” para o aço brasileiro.
“Em 2024, último dado de ano fechado que nós temos, eles foram destino de mais da metade das exportações. Portanto, é um mercado crucial de aço para o Brasil e daí a importância de se lidar com essa questão”, explicou Ribeiro.
O Ipea, porém, ressalta que, apesar do impacto no comércio siderúrgico, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será minimamente afetado. O estudo prevê uma queda do PIB de 0,01% e de 0,03% de todas as exportações, além de um saldo positivo na balança comercial — diferença entre o valor das exportações e o valor das importações de um país — de US$ 390 milhões.
A siderurgia brasileira, segundo o coordenador de relações econômicas internacionais do órgão, é “bastante desenvolvida, bastante forte e que exporta”, em especial os produtos semiacabados. “É importante que o país busque algum tipo de negociação para o governo americano para reverter essa medida e impedir que isso possa trazer prejuízos para o setor”, argumenta.
*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori
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