Com o aumento da área plantada, os problemas vão se intensificando; resistência genética é uma das estratégias de manejo
O Cerrado se destaca entre regiões produtoras de soja no Brasil, com um aumento de mais de 15 vezes na área cultivada nas últimas décadas, totalizando cerca de 18 milhões de hectares, segundo levantamento do MapBiomas. Esse crescimento permitiu avanços na produtividade, mas também trouxe desafios no controle de pragas e doenças. Entre os principais problemas fitossanitários da região está o nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines), que compromete o desenvolvimento das plantas e pode reduzir a produtividade das lavouras.
“O nematoide está presente em grande parte das áreas produtivas do Brasil, mas é principalmente no Cerrado onde pode causar perdas expressivas ao longo das safras. O nematoide afeta o desenvolvimento das raízes, reduz a absorção de água e nutrientes e impacta diretamente o potencial produtivo da lavoura”, afirma Diego Palharini, consultor técnico de produtos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, empresa brasileira de soluções genéticas de algodão, soja e milho.
Manejo exige atenção em diferentes etapas
A identificação das raças do patógeno é um ponto de partida para definir o manejo mais eficiente, que exige uma abordagem integrada que combina diferentes estratégias para reduzir a infestação ao longo do tempo. Palharini explica que é necessário um conjunto de práticas e ações para minimizar o dano do nematoide, como: o uso de plantas de coberturas, rotação de culturas, manejo e estruturação do solo tanto na parte química, quanto a parte física, e escolha de cultivares com resistência. “O nematoide pode permanecer no solo por várias safras, tornando o controle mais complexo. Se não houver um planejamento adequado, as perdas tendem a aumentar a cada ciclo, comprometendo a viabilidade da cultura e das próximas safras”, explica Palharini.
As cultivares que apresentam resistência às principais raças do nematóide também são um critério importante para conseguir enfrentar o desafio. “A resistência genética reduz os prejuízos causados pelo nematoide sem comprometer o desempenho da lavoura. O impacto da praga pode ser grande, e cultivares adaptadas às condições do Cerrado permitem ao produtor manter a rentabilidade da área”, ressalta Palharini.
“O portfólio da TMG, de cultivares raízes brasileiras, foi desenvolvido para atender a diferentes condições de cultivo, incluindo cultivares com selo AMPLA CISTO, exclusivas da TMG e únicas no mercado com resistência às nove principais raças (1,2,3,4,5,6,9,10 e 14) do nematoide, mantendo o padrão de produtividade esperado pelos produtores. Analisando trabalhos realizados nas últimas safras, que determinaram e quantificaram as raças de cisto presentes nas regiões produtoras, por exemplo, podemos considerar que as cultivares com selo AMPLA CISTO da TMG proporcionam a redução de 85% a 90% das ocorrências de raças de cisto que são relatadas pelos produtores”, complementa o consultor.
Além do uso de cultivares resistentes, Palharini enfatiza o monitoramento contínuo da lavoura como necessário para avaliar a evolução da infestação e ajustar a estratégia de manejo conforme a demanda. “O acompanhamento técnico e a adoção de medidas preventivas podem contribuir para reduzir a pressão da praga e evitar a seleção de novas raças mais agressivas. A integração dessas práticas possibilita maior estabilidade produtiva ao longo das safras, permitindo ao produtor manter o equilíbrio entre sanidade e desempenho da lavoura”, finaliza.
Fonte: Gabriela Salazar
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