O volume de serviços no Brasil registrou uma leve retração de 0,2% em janeiro de 2025, na comparação com dezembro de 2024, quando havia ficado estável. Apesar da variação negativa no mês, o setor acumulou crescimento de 1,6% frente a janeiro de 2024, marcando a décima alta consecutiva nessa base de comparação. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira (13/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A maior influência negativa no mês veio do setor de transportes, que recuou 1,8% em janeiro. “Houve quedas importantes no transporte dutoviário, com perda de receita de empresas relevantes que atuam nesse segmento, no transporte aéreo, no transporte rodoviário coletivo de passageiros, no transporte ferroviário de cargas e na atividade de correio”, explica Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Outros setores também apresentaram retração, como os serviços prestados às famílias (-2,4%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,5%). O primeiro setor devolveu parte dos ganhos de 7,0% acumulados entre maio e dezembro de 2024, enquanto o segundo registrou sua terceira queda seguida, acumulando perda de 3,7% nesse período.
De acordo com Lobo, o setor de serviços enfrenta um momento de oscilação após atingir o ápice de sua série histórica em outubro de 2024. “O setor de serviços apresentou duas taxas negativas e uma estabilidade nos últimos três meses. Nesse período, acumulou perda de 1,1%, que pode ser explicada pela alta margem de comparação. Em janeiro, três das cinco atividades investigadas mostraram resultados negativos e, apesar da variação negativa, o desempenho do setor de serviços ficou próximo da estabilidade”, analisa.
Transportes puxam resultado negativo
O transporte de passageiros sofreu um forte impacto, com retração de 7,6% em janeiro, após ter avançado 0,8% em dezembro de 2024. O segmento segue 3,4% abaixo do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 25,1% abaixo do pico histórico registrado em fevereiro de 2014. Já o transporte de cargas caiu 0,7% no mês, acumulando uma perda de 3,3% nos últimos três meses e se situando 8,9% abaixo do recorde alcançado em julho de 2023.
Rodrigo Lobo destaca que o transporte de passageiros foi pressionado pelo aumento dos preços das passagens aéreas, que subiram 10,42% em janeiro. “A queda do transporte de passageiros foi pressionada tanto pelo transporte aéreo, fruto de uma maior base de comparação com dezembro de 2024 e de uma influência dos preços das passagens (alta de 10,42%), quanto pelo transporte rodoviário coletivo de passageiros”, comenta.
Setores de informação e comunicação registram crescimento
Na contramão do desempenho negativo de transportes e outros segmentos, os setores de informação e comunicação e de outros serviços cresceram 2,3% em janeiro. No caso dos serviços de tecnologia da informação, houve um avanço expressivo de 7,8% na comparação anual, atingindo um novo recorde na série histórica iniciada em 2011.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Apesar do recuo em janeiro, o setor de serviços mantém um desempenho positivo no acumulado de 12 meses, com alta de 2,9%, embora abaixo dos 3,2% registrados em dezembro de 2024. O comportamento do setor nos próximos meses dependerá da recuperação dos segmentos mais afetados e do impacto do cenário econômico sobre a demanda por serviços no país.
Discover more from FATONEWS
Subscribe to get the latest posts sent to your email.
Discussão sobre isso post