Com atuação, direção e adaptação de Beth Goulart, e supervisão de direção de Amir Haddad, o espetáculo Simplesmente eu, Clarice Lispector retorna aos palcos após 10 anos. Agora, o espetáculo chega ao Teatro I Love PRIO, no Rio de Janeiro, como celebração aos 50 anos de carreira de Beth Goulart, entre os dias 14 e 30 de março, de sexta a domingo (sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h) como parte da programação do Mês da Mulher.
“Simplesmente eu, Clarice Lispector é uma ode ao amor, quando vou de encontro ao viés mais presente e importante da obra da Clarice na busca por esse sentimento, o mais sublime do ser humano”, reflete Beth Goulart, premiada como Melhor Atriz com o Shell 2009, APTR, Revista Contigo e Qualidade Brasil, este último, que também premiou a montagem como Melhor Espetáculo
Beth passou dois anos debruçada na obra da autora, mergulhada em extensa pesquisa. E foi a partir de uma identificação profunda com a obra de Clarice Lispector que ela trouxe aos palcos o monólogo que conduz o público pelo universo da escritora, revelando facetas de sua personalidade e de seus personagens. “A arte é o vazio que a gente entendeu”, disse Clarice, e Beth busca, no teatro, refletir essa profundidade, trazendo a escritora para o palco com voz, corpo e emoção.
Extraído de depoimentos, entrevistas, correspondências e depoimentos de Lispector, assim como fragmentos de suas obras mais emblemáticas, como Perto do coração selvagem, Uma aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, e os contos Amor e Perdoando Deus, que se constrói a narrativa de Simplesmente eu, Clarice Lispector.
Beth entrelaça a autora e as vozes de quatro personagens femininas, Joana, Lori, Ana e a mulher sem nome, que representam diferentes momentos da vida e do pensamento de Clarice. A cenografia minimalista e a iluminação, meticulosamente desenhada, criam um espaço onírico, onde a autora e suas personagens dialogam sobre amor, silêncio, solidão e o mistério da existência.
A montagem conta com um time de renomados parceiros artísticos. Amir Haddad assina a supervisão de direção, desafiando Beth a explorar ainda mais a comunicação com o público. A trilha sonora original de Alfredo Sertã, inspirada em compositores como Erik Satie, Arvo Pärt e Astor Piazzolla, guia a atmosfera sensorial da obra. A iluminação de Maneco Quinderé e a direção de movimento de Márcia Rubin, assim como a preparação vocal conduzida por Rose Gonçalves, adicionam camadas de expressividade à encenação. O cenário, assinado por Ronald Teixeira e Leobruno Gama, evoca um vazio branco, que acolhe e transforma o espaço cênico com a luz e os movimentos da atriz. O figurino de Beth Filipecki reforça a elegância e simplicidade de Clarice e seus personagens. Com visagismo de Westerley Dornellas e uma programação visual elaborada por Carol Vasconcellos.
Na montagem de Simplesmente eu, Clarice Lispector, a essência da literatura de uma das mais importantes escritoras do século XX, dona de uma obra que cruza fronteiras geográficas e de gênero, em direção ao entendimento do amor, de seu universo, suas dúvidas e contradições.
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