De acordo com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o grupo de trabalho instituído na última sexta-feira (7/3) entre Brasil e Estados Unidos deve ter o objetivo de chegar a algum entendimento e possível acordo dos dois países sobre a imposição de tarifas de importação.
Alckmin, que concedeu entrevista à rádio CBN na manhã desta segunda-feira (10/3), ressaltou, durante a conversa, que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do país, além de ser o maior importador de serviços. Ele reconheceu, no entanto, que o Brasil pratica tarifas altas para determinados produtos dos EUA, que, por sua vez, cobra elevadas taxas contra determinados itens do país sul-americano.
Sobre a questão das tarifas de 25% para o aço e alumínio impostas pelo presidente Donald Trump no último mês de fevereiro, o vice-presidente disse que o Brasil estuda a possibilidade de negociar cotas de exportação com os EUA, a exemplo do que ocorreu durante o primeiro mandato do republicano, em 2018.
“Até determinada cota, não tem imposto, agora, a partir daí, não pode exportar. É o que se chama ‘hard quota’. Então nós vamos buscar várias alternativas e até buscar aprofundar a relação com os EUA”, destacou Alckmin.
O grupo de trabalho entre Brasil e EUA foi criado no âmbito do Protocolo ao Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (ATEC, na sigla em inglês), que existe desde 2011. O acordo tem o objetivo fortalecer as relações comerciais e econômicas entre os dois países, por meio de cooperação em áreas como facilitação de comércio, barreiras técnicas, direitos de propriedade intelectual, além de outros temas que envolvem o comércio bilateral.
Alckmin disse, ainda, durante a entrevista para a rádio, que levou ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio do país, Jamieson Greer, dados sobre a relação entre os dois países. Entre os números, o vice lembrou que 70% das exportações dos EUA para o Brasil têm alíquota zero e que a tarifa efetiva média Brasil-EUA é de 2,7%.
“Os governos passam e as relações devem ser de estado. Aliás, neste ano comemora-se 200 anos de relação diplomática entre Brasil e EUA. Nós temos mais de 4 mil empresas americanas no Brasil crescendo, gerando emprego, gerando divisas, então eu defendo sempre o diálogo”, completou o ministro.
Discover more from FATONEWS
Subscribe to get the latest posts sent to your email.
Discussão sobre isso post