O setor produtivo se mobiliza para reforçar o compromisso com a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e contribuir para o avanço da transição sustentável. Como resultado desse esforço, um conjunto de recomendações será apresentado à Presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) e ao governo federal, buscando garantir que as metas climáticas sejam alcançadas com a participação ativa da iniciativa privada.
Reforçando esse compromisso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai lançar amanhã, a Sustainable Business COP30 (SB COP) durante evento que reunirá autoridades do governo e empresários na sede da entidade em Brasília. A iniciativa planeja construir um grupo de representatividade empresarial internacional, a exemplo do que existe no G20 e no Brics, para levar contribuições do setor privado às negociações da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Em 2025, o evento climático está previsto para novembro, em Belém.
Segundo o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, a SB COP será um fórum empresarial voltado a contribuições para as COPs. “Essa é uma iniciativa da CNI, juntamente com atores do setor privado, para termos uma forma de participação mais efetiva da indústria nacional em Belém. A CNI atua como observadora em COPs, contribuindo com o governo nas negociações para a agenda de redução das emissões”, detalha.
As metas do SB COP são elaborar recomendações aos líderes governamentais para as negociações da COP30; formalizar compromissos do setor privado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE); e desenvolver iniciativas voltadas à ação para avançar em uma agenda climática positiva.
Para especialistas, a transição para uma economia de baixo carbono exige a colaboração entre empresas, governos e a sociedade, com a adoção de práticas sustentáveis e investimentos em inovação. Para o setor produtivo, essa agenda de recomendações representa uma oportunidade de alinhar compromissos ambientais às estratégias de crescimento econômico, garantindo competitividade em um cenário global que demanda soluções sustentáveis.
O secretário-executivo da SB COP e superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, destacou que cada grupo vai elencar até três recomendações. “Dessa forma, o foco poderá ser mantido e as metas, de fato, alcançadas, com transparência e comprometimento das empresas nesse processo de transição sustentável”, explicou.
A conclusão dos trabalhos resultará em uma agenda de recomendações que será apresentada pelo setor produtivo à presidência da COP e ao governo, com a perspectiva de garantir o compromisso do setor privado com as metas para redução das emissões de GEE.
A expectativa é que as diretrizes propostas sirvam como um guia para impulsionar políticas públicas e ações empresariais voltadas à redução das emissões de GEE, contribuindo para o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo país no combate às mudanças climáticas.
Evento histórico
Em 2025, Belém do Pará será palco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), reunindo líderes mundiais, cientistas, ativistas e empresários para discutir o futuro do planeta diante da crise climática. Pela primeira vez, a Amazônia sediará o evento, colocando o Brasil e a maior floresta tropical do mundo no centro das negociações climáticas internacionais.
A escolha da cidade é estratégica, pois Belém representa tanto a riqueza ambiental quanto os desafios da preservação da floresta. A Amazônia desempenha um papel crucial no equilíbrio climático global, mas o desmatamento e as queimadas continuam sendo preocupações urgentes. O governo federal espera que a COP30 traga compromissos concretos para a proteção da floresta, além de novas iniciativas de financiamento climático para países em desenvolvimento e mecanismos de compensação para comunidades que dependem dos recursos naturais.
O Brasil, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem reforçado seu compromisso com a agenda ambiental e deve usar a conferência para atrair investimentos sustentáveis e fortalecer políticas contra o desmatamento.
Entre os principais temas da COP30, destacam-se as metas de descarbonização, nas quais os países precisarão demonstrar avanços nos compromissos assumidos no Acordo de Paris para limitar o aquecimento global a 1,5°C. O financiamento climático também será um ponto central, pois a implementação prática do fundo para perdas e danos climáticos, acordado na COP28, ainda precisa ser definida.
Além disso, a bioeconomia e o desenvolvimento sustentável devem ganhar espaço no debate, com foco na valorização da floresta em pé e no estímulo a atividades sustentáveis, como o manejo de produtos da biodiversidade.
Outro tema essencial será a justiça climática, com a participação ativa de povos indígenas e comunidades tradicionais, que defendem o reconhecimento de seus direitos e políticas públicas eficazes para protegê-los. Tecnologias inovadoras para captura e armazenamento de carbono, energias renováveis e práticas agrícolas sustentáveis também estarão em pauta.
Discover more from FATONEWS
Subscribe to get the latest posts sent to your email.
Discussão sobre isso post