Deputados ligados ao governo iniciaram uma ofensiva para evitar que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seja eleito presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Creden) na Câmara. Ele é o favorito ao cargo, segundo parlamentares do PL. O PT enviou, nesta quinta-feira, uma representação à Comissão de Ética da Câmara, pedindo a cassação do mandato de Eduardo por quebra de decoro parlamentar.
O motivo foi a atuação do deputado junto a autoridades dos Estados Unidos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo brasileiro. Desde a posse de Donald Trump, em janeiro, Eduardo está em um périplo nos EUA para tentar convencer representantes do governo Trump e outras autoridades a imporem sanções ao Brasil e, pessoalmente, ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A tônica do parlamentar é de que o ministro está liderando uma cruzada contra a liberdade de expressão, punindo excessivamente os golpistas que quebraram Brasília no 8 de Janeiro de 2023 e prejudicando os negócios de empresas norte-americanas em solo brasileiro, como no caso do bloqueio da rede social Rumble.
O PT também argumenta que Eduardo utiliza “informações torpes, reprováveis, caluniosas”, que seriam “incompatíveis com a dignidade e a estatura de quem ocupa um cargo de deputado federal”.
“Não aceitamos que a Câmara dos Deputados coloque Eduardo Bolsonaro de forma alguma como presidente da Comissão de Relações Exteriores. Ele iria usar a instituição Câmara dos Deputados para articular contra o Brasil. É isso que eles estão fazendo”, disse o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).
O partido também enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de apuração de “crime de lesa-pátria” e solicitou a apreensão do passaporte de Eduardo. As justificativas são as mesmas de pedidos similares enviados, no dia anterior, ao Ministério Público Federal pelos deputados Guilherme Boulos (PSol-SP) e Rogério Correia (PT-MG).
Na quarta, Boulos disse que “quem vai atacar os interesses do Brasil lá fora não é patriota”. Já Lindbergh ressaltou que Eduardo está “praticamente morando” nos EUA.
“A prática imoral e reprovável do deputado representado (Eduardo) configura uma verdadeira tentativa de constranger não só um integrante de um dos Poderes da República, mas do próprio Poder Judiciário nacional, que irá apreciar, se for o caso, as ações penais que envolvem o pai do representado”, diz o texto protocolado pelo PT.
Eduardo não se pronunciou sobre a representação contra ele na Comissão de Ética da Câmara, feita pelo PT. A respeito dos pedidos para a apreensão de seu passaporte, no entanto, disse, em seu perfil do X, na quarta-feira, que tudo o que lhe importa é lutar pela “liberdade de presos injustamente”.
“Você prefere ter prestígio do Trump ou do Boulos? Não entro no Congresso para fazer amizades, quanto mais com invasor de propriedade e amigo do Hamas”, disparou.
Discover more from FATONEWS
Subscribe to get the latest posts sent to your email.