Ministra afirmou que profissionais precisam ter aptidão para atender mulheres vítimas de violência
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou que existe “coletivo de falhas” no atendimento prestado na Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande. Após reunião nesta terça-feira (18), a responsável da pasta destacou que há “uma falha de atendimento”. O encontro acontece após a divulgação de áudios de Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio, descreverem atendimento ‘frio’.
“É um coletivo de falhas que vai se dando que precisa ser consertado, arrumado e a gente acha que passa por uma questão política, por uma questão de gestão do sistema”, afirmou a ministra. Cida apontou a necessidade de pensar em um sistema de tecnologia que consiga atender todos os processos de denúncia.
Além disso, registrou a preocupação com os profissionais que atendem às mulheres vítimas de violência. “Um outro problema que é a questão de qualificação dos profissionais, não é a qualificação de estudar, de formar, mas é questão de aptidão”, afirmou.
Assim, destacou que “as pessoas que têm que trabalhar com as mulheres em situação de violência precisam ter aptidão, precisam gostar de estar neste lugar”.
Apuração
Grupo composto pelo Ministério, a Casa da Mulher Brasileira, o Governo do Estado, Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Prefeitura de Campo Grande deverá alinhar ações para melhorar o atendimento às mulheres.
A ministra explicou que “esse grupo vai trabalhar numa perspectiva, uma construção rápida e urgente para que nós possamos nos colocar a nível nacional como referência”. Isso porque a Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande foi a primeira do país.
“Nós temos trabalhado com uma referência nacional de e nós queremos que ela continue. É necessário que ela continue. São dez anos de atendimento, são muitos atendimentos”, lembrou a chefe da pasta.
Cida disse que a partir das falhas que estão sendo apuradas em Campo Grande, o caso “pode servir de alerta ou de exemplo para segurança de proteção em todos os outros lugares do país”.
Por fim, disse que é importante manter o canal de denúncias em Campo Grande. “Nós queremos que as mulheres não desistam, porque essa é uma política que todo o estado brasileiro está investindo, investindo em recurso financeiro, recurso político e recursos humanos para que nós possamos dar conta de atender todas as mulheres”, finalizou.
Atendimento na Deam e Casa da Mulher
Humilhação, deboche e falta de acolhimento. Essas são algumas das características apontadas em relatos sobre atendimentos na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de MS) realizados há pelo menos quatro anos na Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande. Áudios de Vanessa Ricarte sobre atendimento na quarta-feira (12) mostram que o descaso e erros grosseiros seguem presentes na Deam.
Vanessa detalhou o atendimento na Delegacia Especializada: “bem fria e seca”. A jornalista buscou amparo e denunciou o ex-noivo, Caio Nascimento, pouco tempo antes de ser vítima de feminicídio na própria casa. Ela foi morta a facadas.
Neste domingo (16), a jornalista completaria 43 anos ao lado de amigos e familiares. Agora, deixa memória de carreira brilhante e independência, além das denúncias em gravação de voz.
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