O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (14/2) que as taxas sobre importações impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são prejudiciais, mas podem ter um impacto menor no Brasil frente aos parceiros comerciais mais próximos da economia norte-americana.
“Não estou dizendo que com as tarifas é melhor para o Brasil. Não, com certeza não há dúvida de que qualquer condição do comércio é melhor sem a gente ter uma guerra tarifária”, disse em evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O motivo do cenário relativamente melhor para o Brasil seria o fato de o país ser menos dependente dos EUA do que outros países, como o México. “O que eu estou colocando aqui simplesmente é que no relativo, ou seja, comparativamente, talvez para o Brasil seja menos prejudicial do que, por exemplo, para o México”, acrescentou o economista.
O chefe da autoridade monetária ponderou ainda que o cenário é de muitas incertezas e que ainda não é possível estimar o impacto das tarifas na economia global. “É um cenário de mudança e complexidade global, em que ainda estamos tentando entender quais serão as medidas efetivas que serão feitas e quais serão as repercussões dessas medidas”, apontou.
Em documento divulgado ontem, o Ministério da Fazenda avaliou que as tarifas de 25% de importação sobre ferro, aço e alumínio devem “exercer impacto limitado nas exportações brasileiras”. Na nota técnica, que traz perspectivas para o ano de 2025, a pasta destacou que as exportações dos produtos ao país norte-americano corresponderam apenas a 1,9% do total exportado pelo Brasil em 2024.
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A tributação deve entrar em vigor a partir de 12 de março para todos os países, incluindo o Brasil. “As tarifas de 25% sobre importações de produtos de ferro, aço e alumínio devem ter impactos relevantes na indústria de metalurgia, porém limitados no total das exportações e no PIB (produto interno bruto) brasileiro”, projeta a Secretaria de Política Econômica (SPE).
O tarifaço faz parte da política econômica protecionista do republicano, que já havia sido adotada em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA, com um total de 4,08 milhões de toneladas exportadas somente em 2024, ficando atrás apenas do Canadá, que liderou com 5,95 milhões de toneladas.
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