Trump determinou ainda que países beneficiados deixem de distribuir os medicamentos contra o HIV
A OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou na 3ª feira (28.jan.2025) a decisão do governo de Donald Trump (Partido Republicano) de congelar o financiamento para programas de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) como uma “ameaça global” significativa para pessoas que vivem com o vírus.
“Para a comunidade global, isto poderá resultar em retrocessos significativos no progresso de parcerias e investimentos em avanços científicos que têm sido a pedra angular de uma boa programação de saúde pública, incluindo diagnósticos inovadores, medicamentos acessíveis e modelos de prestação comunitária de cuidados de HIV”, afirmou a organização, em nota. Eis a íntegra em inglês (PDF – 108kB) e em português (PDF – 113kB).
Os programas que terão o financiamento interrompido têm milhões de beneficiários em países de baixa e média renda, entre eles o Brasil. A OMS afirmou que a medida afeta diretamente o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR, na sigla em inglês), colocando em risco a vida de mais de 30 milhões que têm acesso a terapias antirretrovirais essenciais por causa desses programas.
“Essas medidas, se prolongadas, podem levar ao aumento de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e possivelmente levando o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV a cada ano, incluindo muitos nos Estados Unidos”, disse a OMS.
Donald Trump determinou, além da interrupção do financiamento, que os países onde atua o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS deixem de distribuir os medicamentos contra o vírus que foram obtidos com ajuda financeira dos EUA, mesmo aqueles que já estão estocados em clínicas locais.
“O PEPFAR trabalha em mais de 50 países ao redor do mundo. Nas últimas duas décadas, o financiamento do PEPFAR salvou mais de 26 milhões de vidas. Atualmente, o PEPFAR fornece tratamento para o HIV a mais de 20 milhões de pessoas que vivem com HIV em todo o mundo, incluindo 566.000 crianças com menos de 15 anos de idade”, disse a OMS.
Em alguns países do continente africano, como Nigéria e África do Sul, a decisão do governo Trump já resultou na suspensão de atendimentos e fechamento de clínicas. Estima-se uma perda de US$ 390 milhões anuais (aproximadamente R$ 1,9 bilhão) na Nigéria. Já na África do Sul, ONGs suspenderam os serviços de HIV/AIDS por causa do congelamento no financiamento. A informação é do G1.
“Pedimos ao governo dos Estados Unidos que conceda isenções adicionais para garantir a entrega de tratamento e cuidados essenciais para o HIV”, acrescentou a OMS.
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