Em entrevista ao CB Agro, uma parceria entre o Correio e a TV Brasília, nesta sexta-feira (20/12), o presidente do Instituto Ficus, Bruno Pegoraro, apresentou um relatório detalhado sobre o cânhamo como mercadoria estratégica para o Brasil. Segundo ele, é urgente que o país avance na regulamentação da planta para liberar o potencial econômico e sustentável. Pegoraro destacou que, apesar de o cânhamo ter aplicações promissoras em setores como agronegócio, economia sustentável e saúde pública, a falta de apoio governamental e a limitada demanda interna ainda são obstáculos significativos para o crescimento da cadeia produtiva no Brasil.
O presidente do Instituto Ficus sublinhou que a regulamentação do cânhamo, uma planta versátil que pode ser utilizada na produção de fibras, biocombustíveis, cosméticos e até como remédio, enfrenta resistência devido a questões culturais e burocráticas. “A falta de incentivos financeiros e o ambiente regulatório desfavorável dificultam a implementação de políticas públicas eficazes”, explicou Pegoraro. Ele também ressaltou que, sem o apoio governamental, grandes empresas do setor ficam restritas e com dificuldades de se desenvolver, enquanto a pesquisa e o desenvolvimento continuam a ser sub financiados.
Pegoraro acredita que a educação e a conscientização pública sobre os benefícios do cânhamo são fundamentais para a superação dessas barreiras. “Ainda há um grande desconhecimento sobre as potencialidades do cânhamo no Brasil. Precisamos transformar esse debate não apenas em uma pauta política, mas também em uma pauta de saúde pública e economia”, afirmou. “O cenário que vemos como mais favorável é aquele em que o governo e a sociedade podem dar apoio à regulamentação do cânhamo, com uma forte demanda interna, que impulsiona a cadeia produtiva e proporciona novas oportunidades para o Brasil. Mas, é claro, isso dependerá do avanço da investigação e da superação dos obstáculos culturais e burocráticos. A educação é, sem dúvida, um fator crucial nesse processo. Precisamos aumentar a conscientização da população sobre o cânhamo, não apenas como uma planta de potencial industrial, mas como uma mercadoria capaz de gerar benefícios econômicos, ambientais e sociais para o país”, concluiu.
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* Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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