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O brutal assassinato de criança que chocou a Inglaterra e levou pai e madrasta à prisão perpétua

Samuel Azevedo por Samuel Azevedo
17/12/2024
no Mundo
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Aviso: esta reportagem contém descrições detalhadas de abuso físico

Eram 2h47 da manhã, do dia 10 de agosto do ano passado, quando a polícia de Surrey, no sudeste da Inglaterra, recebeu uma ligação do aeroporto de Islamabad, no Paquistão.

“Eu matei minha filha”, disse o homem ao telefone, aos prantos. “Não era minha intenção matá-la, mas bati demais nela.”

Ele contou ao atendente da polícia que sua intenção era apenas puni-la. “Sou um pai cruel”, acrescentou.

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O homem ao telefone era Urfan Sharif.

Nesta terça-feira (17), o pai de Sara Sharif, a menina assassinada aos 10 anos, foi condenado à prisão perpétua em julgamento na Inglaterra.

Além dele, recebeu a pena máxima a madrasta de Sara, Beinash Batool.

O casal recebeu a sentença por perpetrar “uma campanha de tortura” contra uma “pequena menina muito corajosa com um espírito indomável”, segundo o juiz que presidiu o julgamento.

Faisal Malik, tio de Sara que morava com a família, foi condenado a 16 anos de prisão por causar ou permitir a morte de uma menor, embora não tenha sido considerado culpado pelo assassinato.

Sara foi encapuzada, queimada e espancada durante uma “campanha de tortura” que durou dois anos antes de seu corpo ser encontrado na casa da família.

Em declarações lidas no tribunal, a mãe de Sara, Olga, chamou os condenados de “sádicos” e “algozes”.

Fazendo uma homenagem à filha, Olga disse: “Ela agora é um anjo que olha por nós do céu. Ela não está mais vivenciando violência.”

Abaixo, você lerá os detalhes desse crime cruel revelados durante o julgamento.

Condenados

Montagem com rostos de Urfan Sharif e Beinash Batool  após serem presos

Polícia de Surrey
Urfan Sharif e Beinash Batool foram condenados à prisão perpétua

Um júri do Tribunal Central Criminal, conhecido como Old Bailey, em Londres, considerou agora Sharif e sua esposa, Beinash Batool, culpados de assassinato.

Durante o julgamento de oito semanas, foi apresentado o retrato de uma jovem que foi deixada na mão pelas pessoas mais próximas a ela — as pessoas em quem ela deveria ter podido confiar.

Sara era retratada com frequência sorrindo em fotografias, mas em casa estava sendo espancada, queimada e mordida.

O juiz John Cavanagh afirmou no tribunal que “o grau de crueldade envolvido é quase inconcebível”. Ele disse a Batool: “Você não se opôs aos ataques de Urfan Sharif. Você os incentivou.”

Sharif inicialmente alegou que Batool foi responsável pela morte de Sara, dizendo ao júri que havia feito uma falsa confissão para proteger sua esposa.

No entanto, em uma reviravolta dramática durante o interrogatório, Sharif posteriormente assumiu “total responsabilidade” pela morte de sua filha.

Sharif, Batool e Malik, fugiram para Islamabad, no Paquistão, com os cinco irmãos de Sara em 9 de agosto de 2023, no dia antes de seu corpo ser encontrado.

Um dos momentos mais perturbadores do julgamento foi quando foi mostrado um vídeo da menina dançando dois dias antes de ser assassinada.

“É devastador ver isso”, disse o promotor William Emlyn Jones ao júri após mostrar as imagens.

À primeira vista, parecia um vídeo caseiro filmado em uma casa como qualquer outra. Sara aparecia dançando em frente à televisão.

Mas, ao examiná-lo mais detalhadamente, era possível ver que a menina estava sem uma pequena parte do dedo e mostrava um arranhão profundo na nariz.

Pela lei inglesa, os condenados à prisão perpétua podem ser considerados para a liberdade condicional. Por isso, o juiz é obrigado a estabelecer um período mínimo até que os casos sejam avaliados. No caso de Sharif, ele terá que passar ao menos 40 anos atrás das grades. Já Batool ficará na prisão por pelo menos 33 anos.

Ilustração do julgamento com o tio de Sara, Faisal Malik (esquerda), a madrastra, Beinash Batool (centro), e o pai, Urfan Sharif (direita).

BBC/JULIA QUENZLER
Ilustração do julgamento com o tio de Sara, Faisal Malik (esquerda), a madrastra, Beinash Batool (centro), e o pai, Urfan Sharif (direita).

O julgamento mostraria repetidamente como o conselho tutelar do condado de Surrey, a Polícia de Surrey e sua escola estavam todos cientes das preocupações relacionadas à sua família, mas nenhum deles foi capaz de oferecer uma salvação para Sara.

Agora, após o processo judicial acompanhado pela BBC News e outros meios de comunicação, podemos revelar muito mais detalhes sobre o envolvimento do conselho tutelar e das varas de família na vida de Sara.

Uma menina que, aos 3 anos, já havia sido colocada duas vezes sob acolhimento familiar (medida de proteção para crianças que precisam ser afastadas temporariamente da família de origem). E que teve sua breve vida cercada de violência.

Espancada, queimada e mordida

Quando a ligação feita pelo pai de Sara desde o Paquistão foi encerrada, o policial George Van Der Wart estava batendo na porta da casa da família Sharif, em Woking.

Em um quarto no topo da escada, ele encontrou o corpo da filha de Sharif, Sara, na cama inferior de um beliche, sob as cobertas.

Ao lado do travesseiro, havia um bilhete com a letra de Sharif, no qual ele dizia que havia espancado e matado a filha. “Eu perdi a cabeça”, ele escreveu.

Os exames de autópsia mostraram que Sara havia morrido devido a uma série de ferimentos e negligência. Seu corpo estava coberto de hematomas, ela tinha um traumatismo craniano, marcas de mordidas humanas e vários ossos quebrados. Ela havia sido queimada por um ferro de passar roupas doméstico.

Uma busca na casa e no jardim revelou, entre outras coisas, capuzes caseiros feitos de sacos plásticos e fita adesiva, além de um taco de críquete com o sangue de Sara. Foi um desfecho brutal para a vida de uma menina lembrada por sua ex-professora como animada, ousada e esfuziante, cujo refúgio de felicidade era estar no palco.

Sara adorava tocar violão e sonhava em participar do programa de calouros britânico X Factor. Sua cor preferida era rosa, e sua comida favorita era frango biryani.

Sara Sharif quando era pequena, com duas chupetas na boca

BBC
Sara cresceu em um lar onde a ‘cultura de violência’ era ‘normalizada’, disse o promotor ao tribunal

Lar violento

Sara Sharif nasceu em 11 de janeiro de 2013 no Wexham Park Hospital, em Slough.

Seu pai se mudou do Paquistão para o Reino Unido para estudar. Ele se casou com a mãe de Sara, Olga Domin — que era polonesa e falava pouco inglês — em Woking, em 2009.

Antes mesmo de Sara nascer, a família já era conhecida pela polícia e pelo conselho tutelar. Os registros mostram que a polícia se envolveu quatro vezes entre 2010 e 2012.

O conselho tutelar do Conselho do Condado de Surrey estava em contato com eles desde 2010, enquanto as audiências na vara de família, em Surrey, começaram pouco antes do nascimento de Sara.

Isso se devia às crescentes preocupações relacionadas à negligência e violência na família, inclusive contra um dos irmãos de Sara, chamado no tribunal de “Z”.

Em 2010, “Z” foi encontrado sozinho em uma loja com apenas três anos. Mais tarde naquele ano, Sharif foi preso por agredir Domin. Durante a briga, ele bateu em “Z”, deixando uma marca de mão nas costas da criança.

Em 2011, “Z” disse aos professores que o “papai me bateu” e, no ano seguinte, contou a eles que a “mamãe me bateu”. A criança foi achada com uma marca de queimadura, e foi novamente encontrada sozinha em público, desta vez no centro da cidade de Woking — a cerca de 800 metros da casa da família.

Os assistentes sociais observaram “lesões inexplicáveis” em “Z” e em outro irmão de Sara, chamado no tribunal de “U”. Antes do nascimento de Sara, houve outras denúncias de agressões contra as crianças, todas negadas.

Depois houve um incidente em 2013, quando “Z” foi queimado por um ferro de passar roupas. Quando os assistentes sociais visitaram a casa da família, não encontraram lâmpadas ou roupas de cama nos quartos das crianças.

Sara

OLGA DOMIN
Sara já nasceu num lar com histórico de violência

Isso fez com que Sara fosse colocada sob uma ordem de proteção logo após seu nascimento. Isso concedeu à autoridade local responsabilidade legal por Sara e seus dois irmãos, e os assistentes sociais faziam visitas frequentes à casa da família.

Ela foi colocada pela primeira vez sob acolhimento familiar por um curto período em novembro de 2014, quando tinha quase dois anos, depois que “Z” reclamou de ter sido mordido “com muita força” por Domin e “beliscado e socado” por Sharif.

Os cuidadores notaram o que pareciam ser queimaduras de cigarro em Sara e em “U”. Domin e Sharif disseram que eram marcas de catapora.

Em 2015, no meio da audiência do processo de guarda, Domin acusou Sharif de bater nela e nos filhos, e de comportamento controlador e violento. Essas alegações nunca foram analisadas judicialmente, mas Sharif concordou em participar de um curso sobre violência doméstica.

Cárcere privado

A Polícia de Surrey também estava ciente de denúncias anteriores de violência contra Sharif. Duas ex-namoradas o acusaram de cárcere privado, em 2007 e em 2009.

Após o período inicial sob acolhimento familiar, no fim de 2014, Sara, que ainda não tinha completado dois anos, voltou para casa com “U”. Mas “Z” nunca voltou a viver com a família, permanecendo sob acolhimento.

No ano seguinte, Sara passou novamente um breve período sob acolhimento familiar, desta vez quando sua mãe saiu de casa alegando violência doméstica. Quando seus pais se separaram formalmente, ela começou a morar com a mãe, inicialmente em um abrigo para mulheres. Sharif só tinha permissão para ter contato supervisionado com ela.

Sara Sharif sorrindo

Polícia de Surrey
Sara morou com a mãe entre 2015 e 2019

Durante o julgamento de seu assassinato, o júri ouviu o depoimento de um dos assistentes sociais envolvidos no caso de Sara. Em suas anotações, ele registrou que quando Sharif se aproximou de Sara durante uma sessão, ela gritou para ele “ir embora”. Ele também anotou que “U” disse que Sharif “bateu na boca da mamãe, e a fez sangrar”.

Antes de Sharif se separar da mãe de Sara, ele conheceu outra mulher, Beinash Batool, que era cliente da sua empresa de táxi.

Nos anos seguintes, Sara continuou morando com a mãe, e as coisas pareciam ter se acalmado. Mas, na Páscoa de 2019, Sharif disse que Sara havia contado a ele que Domin tinha sido violenta com ela.

Os documentos da vara de família registraram como Sara afirmou que sua mãe havia tentado afogá-la e queimá-la com um isqueiro. Ela também disse que sua mãe havia dado um tapa nela, beliscado e puxado seu cabelo. Sharif gravou algumas das alegações em um vídeo.

Não está claro se ele havia incentivado Sara.

Pela segunda vez desde o nascimento de Sara, os serviços de assistência social se envolveram, desta vez para avaliar com quem ela deveria morar. Apesar do histórico anterior de violência de Sharif, um assistente social recomendou que Sara e “U” voltassem a morar com ele.

Em outubro de 2019, a vara de família de Guildford concordou que Sara deveria voltar a morar com o pai e Batool, sua nova madrasta.

O juiz que tomou a decisão foi o mesmo que havia participado das audiências de 2013 a 2015, e estava ciente de todas as denúncias anteriores.

Domin, que aceitou o acordo, deveria ter contato com a filha por duas horas todos os sábados, supervisionada por Batool. Mais tarde, esse acordo foi rompido, encerrando o contato de Sara com a mãe.

Nessa época, Sharif e Batool estavam morando em um apartamento pequeno localizado no térreo em West Byfleet, e Sara começou a frequentar a St Mary’s Primary School.

Mas ficou claro para os moradores da rua que a situação não era boa na casa. Uma vizinha do andar de cima, Rebecca Spencer, descreveu a família como um “pesadelo”. Ela disse ao tribunal que ouvia batidas e gritos histéricos.

Em uma ocasião, quando a situação chegou ao “ápice”, ela contou aos jurados que foi até o apartamento para perguntar se estava tudo bem. Batool disse a ela que “sim, sim” antes de “fechar a porta na minha cara”.

Coberta de hematomas

Outra vizinha, Chloe Redwin, disse ao tribunal que ouvia tapas e gritos frequentes, além dos palavrões de Batool. Segundo ela, o único momento em que havia silêncio era quando eles saíam de férias.

O tribunal ouviu que nenhum dos vizinhos estava preocupado o suficiente para chamar a polícia ou o serviço de assistência social.

Em dezembro de 2020, Batool enviou para uma de suas irmãs, Qandeela Saboohi, algumas fotos de Sara com hematomas graves nos braços e no rosto.

Nos dois anos seguintes, ela enviou mensagens frequentes para suas irmãs sobre Sharif “espancar Sara”, deixando-a “coberta de hematomas” e incapaz de andar. Ela alegou que, em uma noite, Sharif manteve Sara acordada a noite toda fazendo abdominais.

Em uma mensagem, ela disse que teve de empurrar Sharif para salvar Sara. Nem Batool nem suas irmãs chamaram a polícia ou o serviço social.

Batool contou à família que Sara estava sofrendo bullying na escola. A professora dela, Helen Simmons, lembrou que Sara “não tinha muita facilidade para fazer amigos”, mas disse que ela “adorava estar no palco, cantar e se apresentar — esse era seu refúgio de felicidade”. Sara também gostava de ser membro do “Cool Carers’ Club”, para crianças que assumem mais responsabilidades em casa.

A diretora da escola, Jacquie Chambers, se lembrou de Sara como uma “tagarela absoluta” que sonhava em participar do programa de talentos The X Factor.

“Sempre nos lembraremos dela como aquela garotinha muito confiante, muito sorridente, cheia de energia e vida. Ela tinha uma personalidade grandiosa e vibrante. E falava pelos cotovelos com qualquer um que quisesse ouvir.”

As preocupações com Sara aumentaram em junho de 2022, quando ela foi retirada da escola para ser educada em casa.

“Isso foi motivo de preocupação porque aconteceu de forma inesperada”, afirmou Simmons durante o julgamento.

Sara voltou para o novo ano acadêmico em setembro.

Foi por volta dessa época que Sara começou a usar hijab (véu islâmico). Em um vídeo caseiro de julho de 2022, que foi apresentado ao júri, Sharif é visto dando quatro tapas no rosto de Sara.

Sarah sorrindo de hijab

Polícia de Surrey
Sara começou a usar hijab para ir à escola em 2022

Apesar de o hijab cobrir grande parte da sua cabeça, em março de 2023, Simmons observou ferimentos no rosto de Sara. Primeiro, em 10 de março, ela viu um hematoma na parte inferior do queixo e outro na bochecha.

“Não pareciam hematomas recentes”, ela afirmou. Sara disse que havia caído em cima de uns patins, mas seu relato parecia inconsistente. Ela contou a uma amiga da escola que havia caído de bicicleta.

A escola ficou tão preocupada que encaminhou o incidente para os serviços de assistência social. Pela terceira vez, o conselho tutelar do Conselho do Condado de Surrey se envolveu no caso de Sara.

Após uma investigação de seis dias, o conselho informou à escola que nenhuma medida adicional seria tomada, mas pediu que a escola “monitorasse” a situação.

Isso aconteceu apesar de o conselho conhecer o longo histórico de denúncias de violência na família e o envolvimento da polícia desde 2010.

A escola também registrou que Batool foi vista falando palavrões bastante explícitos e abusivos em punjabi durante a saída da escola, segundo o tribunal.

Em 28 de março, Sara chegou à escola com outro hematoma. Batool disse a Simmons que o ferimento havia sido causado por uma caneta. Tudo isso foi novamente registrado meticulosamente pela escola.

No mês seguinte, a família finalmente se mudou do pequeno apartamento de dois quartos em um conjunto habitacional, em West Byfleet, para uma casa geminada maior em Woking, também de propriedade do Conselho do Condado de Surrey.

Faisal Malik, tio de Sara, já estava morando com a família há cerca de quatro meses, e também se mudou para a casa nova.

A partir deste momento, Sara nunca mais voltou para a escola. Sharif escreveu um e-mail superficial para a St Mary’s Primary School dizendo que a filha estava sendo educada em casa novamente.

Qualquer chance de a escola monitorar Sara já havia acabado.

‘Ele a espancou loucamente’

Judy Lozeron morava ao lado dos Sharif em Woking.

Ela costumava observar Sara no jardim, cuidando tranquilamente do bebê da família enquanto as outras crianças brincavam.

“Ela parecia muito apegada ao bebê”, ela disse.

Mas ela nunca viu nenhum sinal de ferimento e nunca ouviu nenhum grito ou discussão na casa ao lado. A única coisa que ela notou foi o comportamento de Sara.

“Não via ela sorrir, e acho que isso é estranho, mas não havia motivo para suspeitarmos de outra coisa.”

Em 25 de maio, outra mensagem de Batool sobre Sara para a irmã dizia: “Ele a espancou loucamente. O nível de oxigênio dela caiu muito, ela está com dificuldade de ficar acordada. Ela está respirando muito, muito rápido”.

Com o passar do verão, a tortura de Sara se intensificou, em grande parte fora do alcance do olhar ou ouvido dos vizinhos. Em suas últimas semanas de vida, ela foi mordida, marcada com um ferro nos glúteos, e encapuzada com sacos plásticos presos com fita adesiva.

Sharif admitiu ter batido nela com um taco de críquete e com uma viga branca de metal que fazia parte de uma cadeira alta.

Ele também acertou ela na cabeça com um telefone celular. Mas as marcas de mordidas em seu corpo não correspondiam à arcada dentária de Sharif, segundo foi informado no tribunal. Ele negou ter queimado Sara com um ferro de passar roupa.

Imagem composta de um taco de críquete de madeira e uma viga branca de metal, que fazia parte de uma cadeira alta.

Polícia de Surrey
A polícia encontrou um taco de críquete e uma viga branca de metal que Sharif usou para bater em Sara

Sara havia começado a vomitar, e estava usando fralda porque estava se sujando. Em suas últimas semanas de vida, ela sofreu pelo menos 25 fraturas e uma lesão cerebral por traumatismo.

Em nenhum momento, ela foi levada ao hospital.

Em uma tarde no início de agosto, Fiona Mellon, cujo jardim dos fundos dava para a casa dos Sharif, ouviu um grito agudo que foi subitamente interrompido.

No domingo, 6 de agosto de 2023, Sara foi filmada por Batool dançando em frente à TV, aparentemente bem. Mais tarde naquele dia, o advogado da madrasta disse que seu pai bateu nela novamente.

Na terça-feira, 8 de agosto, o corpo de Sara não aguentou mais, e ela começou a se deteriorar visivelmente. Sharif decidiu que ela estava fingindo, e bateu novamente na barriga dela com a viga de metal.

Mais tarde naquela noite, “U” enviou a seguinte mensagem a um amigo:

“Olá”

“Urgente”

“Minha irmã acabou de falecer”

Quando Sara morreu, foi o fim de uma vida em que a violência havia se tornado completamente normalizada, afirmou a promotoria durante o julgamento.

Os serviços de assistência social estiveram intermitentemente envolvidos com a família por 13 anos; seu pai havia sido preso pelo menos três vezes por violência contra adultos; e sua escola havia levantado preocupações sobre hematomas. Isso levanta questionamentos sobre se sua morte poderia ter sido evitada.

Uma questão fundamental é se deve haver uma maneira melhor de monitorar os alunos sobre os quais há preocupações quando eles são retirados da escola.

Annie Hudson, que preside o Painel de Revisão de Práticas de Proteção Infantil da Inglaterra, disse que as crianças vulneráveis podem correr mais riscos quando são retiradas da escola.

“Elas estão fora de vista, não recebem o cuidado protetor de estar na escola, e tudo o que isso oferece”, acrescentou.

Imediatamente após a morte de Sara, o Conselho do Condado de Surrey encomendou uma rápida revisão de seu envolvimento no caso dela.

Isso levou a uma revisão mais detalhada do serviço de proteção infantil local, que agora está analisando o papel da Polícia de Surrey, da escola St Mary’s, do NHS, o sistema público de saúde britânico, e do Conselho do Condado de Surrey.

A revisão vai investigar o envolvimento intermitente do conselho tutelar com Sara, que começou antes de ela nascer. E vai avaliar a investigação de seis dias sobre os hematomas observados pela professora de Sara cinco meses antes de sua morte. Essa investigação não resultou em nenhuma ação do conselho do condado contra os pais, apesar de saberem do histórico violento de Sharif. Houve apenas uma sugestão para que a escola monitorasse Sara.

Mas os professores não puderam fazer isso depois que Sara foi retirada da escola.

Rachael Wardell, diretora executiva da área de crianças, famílias e educação continuada do Conselho do Condado de Surrey, afirmou:

“Estamos firmes em nosso compromisso de proteger as crianças, e estamos determinados a desempenhar um papel pleno e ativo na iminente revisão, junto às agências parceiras, para entender completamente as circunstâncias mais amplas que envolveram a trágica morte de Sara.”

Ela disse que o panorama completo só vai ficar claro quando a revisão independente for concluída.

“A morte de Sara é incrivelmente perturbadora, e compartilhamos o profundo horror diante dos terríveis detalhes que surgiram durante o julgamento. Não podemos sequer começar a compreender o sofrimento que a pobre Sara suportou.”

Um banco pintado com bolinhas está agora no playground da antiga escola de Sara. Ele tem uma placa onde se lê: “banco dos amigos da Sara”.

Chambers, a diretora da escola, disse que Sara era “uma menininha muito especial”.

“Na verdade, é difícil expressar em palavras”, ela acrescentou.

“Acho que nunca senti tamanha tristeza.”

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