A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estabeleceu, na última sexta-feira (1º/11), critérios para a operação de veículos elétricos de decolagem e aterrisagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês), popularmente conhecidos como carros voadores. No Brasil, eles devem ser fabricados em Taubaté, no interior de São Paulo.
A portaria publicada pela Anac estabelece critérios finais de aeronavegabilidade de classe especial para a aeronave de modelo EVE-100, produzida pela empresa Eve Air Mobility.
O documento veio após a Empresa Brasileira de Aviação (Embraer) anunciar, nas última quarta-feira (30/10), o recebimento de US$ 50 milhões — cerca de R$ 200 milhões — pela Eve para desenvolvimento do eVTOL. A empresa havia recebido, no mês passado, R$ 500 milhões em linha de crédito com o BNDES para o complexo de produção da aeronave em Taubaté, em unidade que pertence à Embraer. Na quinta-feira (31/10), também foi anunciado que a empresa tinha selecionado serviço da empresa brasileira, de quem já era parceira, para treinamento.
Estrutura, sistemas de controle, propulsão e bateria são algumas das áreas para as quais são estabelecidos critérios pela portaria da Anac, a fim de que a segurança do voo seja assegurada. É preciso que a Eve determine, entre outros, limites de peso, centros de gravidade, temperaturas e velocidades mínimas e máximas.
Outros critérios incluem o veículo não apresentar oscilações, instabilidades ou vibrações perigosas, tanto para o voo quanto para a operação em solo; as portas e saídas serem facilmente localizáveis, abertas por dentro e por fora e protegidas contra a abertura inadvertida durante o voo; a proteção de todos os ocupantes, incluindo o fornecimento de ar com pressão respirável; e a capacidade de continuar a performance com segurança após impacto com pássaros de até 1kg ou depois de passar por chuva, gelo e granizo.
O que é um eVTOL?
Para fins de comparação, o ‘carro voador’ seria parecido com um helicóptero, que é um veículo de pouso e decolagem vertical (VTOL). Por ser movido por energia elétrica, porém, é mais silencioso e reduz emissões de carbono. Ele é planejado para viagens de curta distância, como entre lugares na mesma cidade ou entre cidades próximas.
No site da Eve Air Mobility, é possível simular e comparar o tempo que um carro convencional levaria para fazer determinados trajetos, e o tempo que um eVTOL levaria para trilhar o mesmo percurso. Para ir do aeroporto de Sydney até o centro da capital australiana, por exemplo, um carro levaria cerca de 50 minutos, enquanto um veículo voador finalizaria o trajeto em seis.
O preço de uma viagem seria próximo ao de uma viagem de carro por aplicativos como o Uber. Para ir da Barra da Tijuca ao aeroporto do Galeão, por exemplo, custaria a partir de R$ 99, segundo estudo da empresa. Por enquanto, eles seriam controlados por empresas privadas de transporte, como companhias aéreas, e não seriam vendidos para uso privado.
A estimativa da Eve, que já está pronta para começar a produção em série em Taubaté, é que sejam fabricados, por ano, cerca de 480 carros voadores. Os primeiros devem ser entregues a partir de 2026 provavelmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a depender de aprovação da Anac.
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