O bilionário Elon Musk, de 53 anos, intensificou o uso de de drogas nos últimos dois anos, período em que atuava no governo de Donald Trump, nformou o jornal americano The New York Times nesta sexta-feira (30). A substância em questão é a cetamina, também conhecida como quetamina ou ketamina. O potente anestésico tem efeitos alucinógenos e vem sendo usada no tratamento de doenças mentais.
A reportagem do NYT destaca que o consumo de entorpecentes feito por Musk ia muito além do uso ocasional. Ele contou a pessoas próximas que usava tanta cetamina, que teve o funcionamento da bexiga afetado — um efeito conhecido do uso crônico.
O sul-africano também tomava ecstasy e cogumelos alucinógenos e viajava com uma caixa de remédios diária que continha cerca de 20 comprimidos, incluindo alguns com marcações do estimulante Adderall, segundo uma foto da caixa e pessoas que a viram.
A cetamina é um poderoso anestésico utilizado há mais de 50 anos. A substância também é utilizada como droga recreativa ilícita por seu efeito psicodélicos. Drogas psicodélicas são aquelas que alteram drasticamente alguns neurotransmissores no cérebro para criar uma mudança profunda na percepção, humor e ansiedade.
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Depois de muitas idas e vindas, Musk e X (antigo Twitter) fecham formalmente acordo de compra da plataforma


O primeiro negócio de Musk foi a Zip2, empresa de software web que fundou com seu irmão Kimbal e com o sócio Greg Kouri. Companhia foi vendida em 1999 por US$ 305 milhões para a Compaq Computer. Arquivo


Musk co-fundou a X.com em 1999, empresa de pagamento de serviços financeiros on-line e de e-mail. O negócio se fundiu com a Confinity, uma instituição de operações financeiras. Fusão entre as duas companhias deu origem ao Paypal, depois vendido para o Ebay por US$ 1,5 bilhão em 2002.

Depois de acumular uma fortuna de cerca de US$ 100 milhões ao vender seus empreendimentos, Musk fundou a Space Exploration Technologies Corp. em maio de 2002. Reprodução

Start-up Neuralink foi criada em 2016 por Musk e visa unir a mente humana a computadores. Projeto inclui implantar chips no cérebro para ajudar a curar doenças neurológicas e, finalmente, fundir a humanidade com a inteligência artificial. Bloomberg

Outra start-up de Musk é a Boring Company, empresa de infraestrutura que tem o objetivo de melhorar a mobilidade nas cidades a partir da construição de redes de transporte em túneis subterrâneos profundos. AFP
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Estudos em animais mostraram que a cetamina aumentou os níveis de certas substâncias químicas cerebrais, como a dopamina, em até 400%. Isso deu origem a investigações sobre o potencial terapêutico da droga contra doenças mentais, como depressão resistente e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Como droga recreativa, costuma ser vendida sob os nomes “special K”, “Key” ou “Keta”.
Estudos recentes mostram que ela pode ser uma boa opção para pessoas com depressão resistente, aquela que não responde a tratamentos orais tradicionais.
De acordo com um estudo australiano publicado recentemente, pessoas com depressão resistente (que já tentaram pelo menos dois antidepressivos sem sucesso) apresentaram melhora quando receberam injeções de ketamina.
O tratamento com cetamina também é um caminho para a prevenção do suicídio. Um estudo feito por pesquisadores de várias instituições americanas e publicado no Journal of Clinical Psychiatry apontou que metade dos voluntários que apresentavam ideação suicida no começo da pesquisa não a apresentava mais seis semanas após a realização de seis sessões de infusão. Metade das 424 pessoas com depressão resistente respondeu ao tratamento e 20% tiveram sintomas depressivos em remissão. As taxas de resposta e remissão foram de 72% e 38%, respectivamente, após 10 infusões, escreveram os pesquisadores no estudo.
Além da injetável, existem outras formas de administrar a droga, incluindo uma versão em spray nasal, chamada escetamina, que já é aprovada para o tratamento de depressão resistente.
O uso apresenta riscos, por isso exige supervisão médica em ambiente controlado. Durante a sessão de infusão, o paciente pode apresentar aumento do ritmo cardíaco e de pressão arterial. Outro perigo é o aumento da ideação suicida.
Clínicas brasileiras já oferecem tratamentos com a substância contra doenças mentais, como depressão resistente. Cada sessão custa, em média, entre R$ 1.500 e R$ 2.000 e, normalmente, são necessárias de seis a oito infusões, mas a quantidade exata só pode ser determinada pelo médico responsável pelo procedimento, após a avaliação do estado de saúde do paciente.
Além de São Paulo, há clínicas oferecendo esse tratamento com cetamina para depressão resistente no Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.
O paciente se submete sessões de infusão que duram aproximadamente 50 minutos, duas vezes por semana. A aplicação endovenosa de pequenas doses de cetamina deve ocorrer em clínicas especializadas ou em ambiente hospitalar, e sob supervisão de um médico anestesista.
Em razão dos riscos citados acima, o paciente deve estar com os sinais vitais monitorados, fazendo uso de oxímetro, tendo os batimentos cardíacos acompanhados e a pressão arterial aferida a cada dez minutos.
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