A Rússia estaria reunindo mais de 50 mil soldados na linha de frente, em direção à região ucraniana de Sumy, afirmou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky na terça-feira, véspera de sua viagem à Alemanha para tentar garantir mais assistência ao seu esforço de guerra.
— Suas maiores e mais poderosas forças estão atualmente na frente de Kursk para expulsar nossas tropas de lá e preparar ações ofensivas contra a região de Sumy — disse Zelensky a repórteres, referindo-se à região russa que ficou sob controle de Kiev durante meses e que fica do outro lado da fronteira de Sumy, no nordeste do país.
Os russos intensificaram seus ataques na fronteira desde que o Exército ucraniano foi expulso de Kursk, em março. Segundo Zelensky, as tropas ucranianas recuaram cerca de 4 km nos últimos dois dias em relação às tropas russas.
Em suas declarações, o líder ucraniano pressionou novamente por uma reunião com o líder da Rússia, Vladimir Putin, e sugeriu convidar também o presidente americano, Donald Trump.
— Se Putin se sente desconfortável com uma reunião bilateral, ou se todos querem que seja uma reunião trilateral, não tenho problema com isso. Estamos prontos para qualquer formato — disse Zelensky.
Enquanto Moscou continuar a atacar a Ucrânia, o governo dos EUA deve impor mais sanções contra a Rússia, exigiu Zelensky.
— Trump prometeu que sanções serão impostas se a Rússia não parar — relembrou o presidente da Ucrânia, que tem consultado Washington sobre sanções contra os setores bancário e energético da Rússia.
De acordo com a Rússia, a Ucrânia realizou ataques massivos de drones contra Moscou na madrugada desta quarta-feira. O Ministério da Defesa russo disse ter interceptado quase 300 drones, incluindo mais de 40 sobre a capital. De acordo com a mídia russa, a Ucrânia atacou duas fábricas com drones, uma no extremo noroeste de Moscou e a outra em Dubno. Não há informações, até o momento, sobre vítimas.
Visita de Zelensky à Alemanha
Na esperança de garantir mais assistência da Alemanha, Zelensky se encontrou nesta quarta-feira com o novo chanceler do país, Fredrich Merz. A visita se concentrou no apoio contínuo da Alemanha à Ucrânia , assim como nos esforços para alcançar um cessar-fogo, segundo o porta-voz do governo, Stefan Kornelius. Berlim, inclusive, tem sido um dos principais apoiadores de Kiev, uma posição que Merz prometeu manter.
Ao receber Zelensly, Merz anunciou que a Alemanha ajudará a Ucrânia a produzir mísseis sem restrições de alcance em seu território.
— Nossos ministros de Defesa assinarão hoje [nesta quarta] um protocolo de acordo sobre a aquisição de sistemas de armas de longo alcance de fabricação ucraniana — disse durante uma entrevista coletiva. — A Ucrânia poderá então se defender plenamente, inclusive contra alvos militares fora de seu território nacional. É uma boa notícia.
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A visita de Zelensky marca seu terceiro encontro com Merz desde que o líder alemão assumiu o cargo. Isso ressalta os esforços de Berlim para restabelecer a liderança alemã entre os aliados europeus, diante do enfraquecimento dos compromissos dos EUA com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da importância que seu país desempenhará na sustentação do esforço de guerra ucraniano.
Antes de viajar para a Alemanha, Zelensky disse que, agora, o objetivo será garantir financiamento para expandir a produção nacional de armas da Ucrânia.
— Precisamos de apoio financeiro. Essa é a maior questão, não as limitações tecnológicas ou a falta de armas de longo alcance. É uma questão de dinheiro — disse o presidente na terça-feira, acrescentando que precisa de “US$ 30 bilhões (cerca de R$ 170 bilhões na cotação atual) em financiamento anual para a produção nacional de armas”.
(Com AFP e The New York Times)
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