Diretor-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande (Agetran) desde abril de 2024, Paulo da Silva destacou em oitiva durante a “CPI do Ônibus” na tarde desta quarta-feira (14), não saber os motivos pelos quais foi escolhido para gerir o transporte público da Capital, entretanto, disse acreditar que seu currículo enquanto ex-bancário e dono de uma autoescola ao longo de seis podem ter o credenciado ao cargo de chefia.
Responsável por gerir, ordenar o transporte coletivo de toda a Capital, ele também é o responsável maior pela fiscalização de veículos, horários, fiscalização de limpeza, todos serviços atribuídos à Agetran. De origem do setor privado, é formado em Contabilidade, e ex-chefe de gabinete parlamentar.
Questionado pela vereadora Ana Portela (PL) sobre ter gerido algum cargo de competência técnica anteriormente, destacou ter trabalhado por muito tempo no setor de engenharia, área distinta de sua formação acadêmica.
“Dentro da empresa que eu trabalhei, trabalhei muito tempo na área de engenharia, apesar de ser contador, eu trabalhava na parte de engenharia, de construção de empresas, onde exerci a função por 22 anos. Depois, fui pra área do empreendimento, aí eu fui pra área de trânsito especificamente, quando eu fui proprietário de uma autoescola por seis anos.”, complementou.
Sobre sua escolha para o cargo, disse não saber os motivos pelos quais possa ter sido escolhido, contudo, afirma que seu lastro profissional pode ter o credenciado ao posto que ocupa há 13 meses. “O senhor sabe explicar pra essa comissão, ou o senhor imagina, o porquê de o senhor ter sido escolhido para este cargo com tamanha responsabilidade?”, destacou Ana Portela.
Em resposta, Paulo foi direto. “Olha, são coisas de currículo pessoal, eu não saberia dizer porque eu fui escolhido. Imagino que a minha escolha foi pela escolha de função gerencial, porque já trabalhei em grandes empresas, já fui diretor de grandes empresas, penso que pelo meu currículo, possa ter sido por isso.”, complementou.
Pressionado pelos vereadores, falou sobre a cadeia administrativa que cerca a Agetran. Disse não ser responsável por tudo, e que todos os relatórios são avaliados por diversas mãos e setores. À título de utilização do transporte público, destacou que o número de usuários caiu drasticamente entre 2012, ano de assinatura do contrato entre prefeitura e Consórcio Guaicurus.
Há 12 anos, segundo os dados apresentados à CPI, o transporte coletivo da capital transportou um fluxo de 6 milhões de usuários, com 574 veículos, em contrapartida, o fluxo atual é de 3,3 milhões de usuários e uma diminuição de mais de 100 veículos, fator questionado pelo vereador Júnior Coringa, que destacou que se o transporte público continuar desta maneira, a tendência é de que os clientes optem pelos carros de aplicativo
“Os aplicativos tratam seus passageiros como clientes.Se a pessoa quiser, ele vai pegar na porta (de casa). O consórcio vai ter que fazer o mínimo, , entregar para o seu cliente um ônibus de qualidade, um ônibus que não quebra, um ônibus que não é sujo,e a fiscalização da Agetran é muito importante nisso”, falou.
CPI do ônibus
Cabe destacar que de início, a Comissão analisou contrato de concessão do transporte público, incluindo aditivos, fiscalização, custos e balanços financeiros dos últimos cinco anos. Agora serão ouvidos agentes públicos, órgãos de controle e especialistas para entender como a concessão do transporte foi fiscalizada ao longo dos anos.
Somente na terceira fase o Consórcio Guaicurus em si será investigado, pela escuta de diretores, sócios, gestores e análise de documentos para entender a aplicação dos recursos públicos.
É nessa terceira etapa que também estão marcadas as vistorias nos ônibus, constatações in loco e auditoria das tarifas. Só depois serão marcadas audiências para escuta de motoristas e colaboradores.
Presidida pelo vereador Dr. Lívio (União) e relatada pela vereadora Ana Portela (PL), a CPI também conta com os vereadores Junior Coringa (MDB), Maicon Nogueira (PP) e Luiza Ribeiro (PT).
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