O ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2/5) após o escândalo envolvendo descontos ilegais de aposentados pelo INSS. O pedido foi entregue em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fora da agenda oficial, que aceitou a demissão.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta sexta-feira, o pedido de demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, durante audiência no Palácio do Planalto. O presidente convidou o ex-deputado federal, Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro”, disse o Planalto em nota.
Lupi também se manifestou nas redes sociais. O ex-ministro destacou que seu nome não está entre os investigados no escândalo, e disse que vai continuar colaborando com o governo federal.
“Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador. Continuarei acompanhando de perto e colaborando com o governo para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho de nossos beneficiários seja devolvido integralmente”, escreveu Lupi no X (antigo Twitter).
Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade.
Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, +
— Carlos Lupi (@CarlosLupiPDT) May 2, 2025
Lula foi pressionado por aliados e opositores a demitir Lupi após o escândalo do INSS. Apesar de não haver indícios de participação do ministro no esquema criminoso, ele é criticado pela demora em agir, já que sabia das fraudes desde 2023, mas tomou atitude apenas no ano seguinte.
A estratégia do governo foi realizar uma espécie de intervenção no INSS, indicando Guilherme Waller Júnior como presidente da instituição, sem dar a Lupi a chance de apontar outro nome. Waller Jr. atuava na Advocacia-Geral da União (AGU), e foi sugerido pelo chefe da pasta, ministro Jorge Messias.
Publicamente, o discurso do governo era que Lupi só seria demitido caso houvesse uma acusação formal contra o ministro. Porém, nos bastidores, outros auxiliares de Lula admitiam que a permanência do pedetista estava se tornando insustentável.
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