Em um chamado por justiça e igualdade, a Central Única dos Trabalhadores de Santa Catarina (CUT-SC) organiza uma série de mobilizações em diversas cidades do estado para marcar o Dia Internacional da Mulher, celebrado neste sábado, 8 de março. O tema central deste ano — Sônia Livre — reforça a luta pelo direito das mulheres a uma vida digna e sem exploração, simbolizada pela história de Sônia Maria de Jesus, mulher negra e com deficiência auditiva que foi submetida a mais de 40 anos de trabalho análogo à escravidão na casa do desembargador Jorge Luiz de Borba, em Florianópolis.
Recentemente o Correio relembrou o caso de Sônia Maria de Jesus que foi resgatada por auditores fiscais do trabalho em junho de 2023, mas, surpreendentemente, teve sua libertação revogada dois meses depois pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob alegação de “insuficiência de provas”. Com isso, foi autorizada a volta para a casa dos “patrões”. O caso ganhou repercussão nacional e internacional, sendo classificado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) como o primeiro “desresgate” registrado desde o início do combate moderno ao trabalho escravo no Brasil, em 1995.
A programação da CUT inclui marchas, rodas de conversa, panfletagens e atos públicos em várias cidades catarinenses, exigindo não apenas a libertação de Sônia, mas também o fim da exploração das mulheres no mundo do trabalho e a implementação de políticas públicas que garantam direitos fundamentais. De acordo com a Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SC, Rosemeri Miranda Prado, é preciso ir às ruas não apenas no dia 8 de março para buscar justiça por Sônia e outras vítimas de violência. “Não toleraremos mais a exploração, a violência e a discriminação. Juntas, construiremos um futuro onde todas as mulheres possam viver com dignidade e segurança”, afirmou.
Ela explicou que a CUT-SC também confeccionou um leque que será distribuído em todo o estado, reforçando a luta por Sônia Livre e pelas pautas das mulheres trabalhadoras. O leque é um símbolo da resistência e da união das mulheres na luta por seus direitos. “A CUT-SC decidiu abraçar a causa, incorporando o nome de Sônia Maria à mobilização deste ano. A história de Sônia é a história de tantas outras mulheres que ainda são exploradas no Brasil. Neste 8 de março, nossa voz ecoará por todas as cidades de Santa Catarina, exigindo respeito, igualdade e justiça para todas as mulheres”, declarou Rosemeri Miranda Prado, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SC.
As atividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher acontecerão em diversas cidades catarinenses, unindo trabalhadoras, sindicatos e movimentos sociais na defesa dos direitos das mulheres. Além de pautas específicas, como a luta por Sônia Livre, os atos reivindicarão a redução da jornada de trabalho sem perda salarial, a efetivação da Lei da Igualdade Salarial, a defesa da democracia, o combate à violência contra a mulher e o fim da escala de trabalho 6×1.
Outras cidades que abraçaram a campanha “Sônia Livre” como tema principal neste 8 de março foram Blumenau, Caçador, Criciúma, Chapecó, Florianópolis, Jaraguá do Sul e Joinville. Em Florianópolis, a Frente Feminista Brasil, organizou programação, que também tem “Sônia Livre”, como tema central. O processo de Sônia continua parado, aguardando que a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inclua na pauta deste ano.
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