A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assinou nesta quinta-feira (27/2) uma portaria que estabelece estado de emergência em áreas mais suscetíveis a incêndios florestais. A medida prevê a contratação de mais 4,6 mil brigadistas especializados nos biomas brasileiros, um número 25% maior que o do ano passado. A pasta também deve permitir a contratação de agentes indígenas e quilombolas que conheçam o território e possam contribuir efetivamente com ações preventivas.
Segundo o secretário executivo da pasta, João Paulo Capobianco, o planejamento será dividido ao longo dos meses de acordo com as necessidades específicas de cada região. “Teremos pela primeira vez um planejamento estratégico faseado ao longo do ano, considerando evolução do clima e risco de incêndio”, afirmou.
“Com essa informação, os agentes públicos terão de tomar as medidas necessárias para agir em conformidade com o risco que está posto. Muito trabalho, muita ciência, muita reunião, todo um processo de reestruturação do sistema de enfrentamento a essas emergências climáticas”, afirmou a ministra durante entrevista coletiva em Brasília nesta quinta.
A estrutura de prevenção e combate para 2025 contará com 15 helicópteros, 2 aviões de transporte, 10 aviões para o lançamento de água, 340 camionetas operacionais, 199 veículos especializados e 50 embarcações.
Regiões mais vulneráveis
Por meio do levantamento do monitoramento por satélites do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), será possível identificar as regiões mais vulneráveis no período da seca. Segundo a pesquisa, a região com mais risco de secas severas e incêndio é o Pantanal, que abrange os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os dados mais atualizados mostram que 17,2% da área total do Pantanal já foram totalmente afetados, com risco de deixar de existir.
De acordo com o MapBiomas, entre janeiro e dezembro de 2024, mais de 30,8 milhões de hectares foram queimados no Brasil, um número 79% maior que o de 2023 e a maior área queimada registrada desde 2019. Para o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o cenário de 2025 será um pouco melhor, mas não a ponto de permitir um relaxamento nas medidas ambientais.
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Agostinho afirmou, ainda, que a situação “não é confortável”. “La Niña deve durar pouco tempo, devemos entrar em situação de neutralidade, mas com muita seca. No começo do ano, tivemos seca dura no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas deve ter regiões do Brasil com seca forte. Nos preocupa bastante a situação climatológica este ano. Provavelmente não vai ser uma crise como ano passado, mas precisamos estar preparados”, argumentou Agostinho.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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