A boa gestão do trânsito urbano é a base do pilar do desenvolvimento das chamadas “cidades inteligentes”. Com a popularização de sistemas de transporte conectados e o número crescente de veículos nas ruas, soluções dinâmicas de vigilância se tornam cada vez mais cruciais para garantir o fluxo contínuo do tráfego, minimizar acidentes e otimizar a mobilidade. No entanto, os sistemas tradicionais de câmeras estáticas falham ao se adaptar às rápidas mudanças no tráfego. Para resolver esse problema, pesquisadores da Universidade Nacional de Incheon, na Coreia do Sul, desenvolveram um sistema de vigilância fluido e ampliado, projetado para se moldar a diferentes cenários.
O sistema proposto utiliza uma rede de câmeras de lente única disposta em uma grade dinâmica. Essa configuração ajusta de maneira inteligente a cobertura da área de vigilância, ativando ou desativando as câmeras com base nas condições de tráfego em tempo real, garantindo um monitoramento eficiente e flexível.
De acordo com o professor Hyunbum Kim, coautor do estudo, a motivação surgiu da crescente necessidade de sistemas de monitoramento de tráfego adaptáveis capazes de lidar com cenários diversos e imprevisíveis. “Ao criar um sistema de vigilância fluido e aumentado, nosso objetivo é revolucionar a gestão do tráfego e proporcionar serviços de transporte inteligente e contínuos.”
Para implementar essa criação, foi introduzido o conceito do “Problema de Maximização de Eficiência da Vigilância Fluida Aumentada” (MaxAugmentFluSurv). O termo foca na busca de melhor posicionar e utilizar as câmeras para que sejam eficientes, cobrindo todas as áreas necessárias. Então, a equipe de pesquisadores desenvolveu duas abordagens inteligentes.
Abordagem
A primeira abordagem, chamada Random-Value-Camera-Level Algorithm (Algoritmo de Nível de Câmera com Valor Aleatório), organiza as câmeras em uma grade 3×3. Alguns dispositivos permanecem sempre ativados para garantir uma cobertura básica, enquanto outros são ligados ou desligados conforme o tráfego. Assim, em horários de pico, mais câmeras são ativadas, e em momentos de trânsito mais tranquilo, menos ficam ativas, o que permite economizar energia.
Já a segunda abordagem, chamada ALL-Random-With-Weight Algorithm (Algoritmo de Todos Aleatórios com Peso), é ainda mais flexível. Nesse modelo, cada câmera recebe uma função única com base na sua posição na grade. Os dispositivos em posições estratégicas permanecem sempre ligados, enquanto outros ajustam sua atividade conforme as condições de tráfego. Essa metodologia assegura um equilíbrio entre vigilância abrangente e uso eficiente de energia.
Simulações extensas demonstraram a eficácia dessas abordagens sob diferentes condições, como variações nos níveis de tráfego, nas inclinações das vias e nos ângulos de visualização. O sistema foi capaz de reduzir o consumo de energia em períodos de baixo tráfego e oferecer uma cobertura robusta durante os horários de pico, ajustando-se proativamente aos padrões de tráfego. “Nossa abordagem otimiza o uso das câmeras e economiza energia, ao mesmo tempo em que assegura uma vigilância confiável. Isso representa um passo importante para um gerenciamento de tráfego mais inteligente e ecológico”, destaca o professor Kim.
Além de sua aplicação no controle de tráfego, o sistema adaptável desenvolvido tem potencial para ser utilizado em diversas áreas, como monitoramento de multidões, resposta a desastres e segurança industrial. Futuras pesquisas se concentrarão na realização de testes em cenários reais e na integração de tecnologias como aprendizado profundo para aprimorar ainda mais o desempenho do sistema.
Para os autores, em um mundo cada vez mais interconectado e dependente de dados em tempo real, tecnologias como essa poderão não só melhorar o fluxo do tráfego, mas também garantir maior segurança, economia de recursos e melhor qualidade de vida para os habitantes urbanos. O desenvolvimento e a implementação das inovações ajudam a pavimentar o caminho para uma gestão de trânsito mais inteligente.
Desafios das metrópoles
Com o crescimento populacional e o aumento de veículos, as metrópoles têm desafios comuns. A lista de dificuldades do tráfego urbano inclui congestionamentos, poluição, falta de fiscalização e infraestrutura inadequada. Esse conjunto de problemas gera uma insegurança constante, alvo de queixas dos consumidores, que aguardam o momento em que a tecnologia solucionará essas questões para proporcionar bem-estar social.
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