Os casos de covid-19 nas primeiras três semanas de 2025 no Brasil já superaram os registros dos últimos 10 meses. Nesse período, o país contabilizou 57.713 diagnósticos da doença, o que representa um aumento de 151% em comparação com as três últimas semanas de dezembro, quando foram registradas 23.018 infecções.
Os números foram divulgados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com base nas informações do Ministério da Saúde e da plataforma de pesquisadores da Unesp, SP Covid-19 Info Tracker.
Segundo as informações, o pico da doença ocorreu entre 5 e 11 de janeiro, quando 23,5 mil casos foram notificados às autoridades de saúde. Já entre 29 de dezembro e 4 de janeiro, 16 mil casos foram registrados, enquanto entre 22 e 28 de dezembro apenas 6.090 infecções foram contabilizadas.
Desde março de 2024 não eram observados números tão altos de infecção. Na primeira semana daquele mês, foram 53,8 mil casos. Já na segunda semana, 35,6 mil. A partir da terceira semana de março, houve uma queda significativa nos números, com apenas 14 mil casos. Nos últimos meses do ano passado, os casos não ultrapassaram 10 mil.
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Segundo o professor da Unesp e coordenador do InfoTracker, Wallace Casaca, o aumento do número de casos no primeiro mês de 2025 pode estar relacionado com dois motivos: “A questão das festas de fim de ano, que levam a aglomerações e são uma oportunidade para que o vírus se dissemine. Além disso, existe também a nova variante da ômicron que é mais transmissível”. “Quando junta esses dois fatores, temos um aumento significativo”, explica.
Casaca adverte que a primeira grande medida para combater o vírus é atualizar o calendário vacinal. “Pessoas com comorbidade, pessoas idosas, crianças devem estar atentos para a vacina”, frisa.
O professor aponta contudo que, apesar da alta, a tendência é de que em algumas semanas os casos diminuam. “É como uma sanfona, uma hora aumenta outra hora diminui, mas é preciso sempre ficar atento. Não deixe de se vacinar e de usar máscara quando estiver gripado”, recomenda.
SRAG
De acordo com o último boletim InfoGripe da Fiocruz, entre 12 e 18 de janeiro houve também um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada à covid-19 na região Norte e Nordeste. “O crescimento ocorre principalmente na população mais idosa, mas em alguns estados também temos observado um aumento dos casos graves na população de jovens e adultos”, afirma Tatiana Portella, pesquisadora do InfoGripe, no vídeo de divulgação do boletim.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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