A segunda gestão de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos começou nesta segunda-feira, 20, com a posse do republicano e do seu vice-presidente J.D. Vance. Trump indicou diversos nomes conservadores para cargos-chave importantes, incluindo o bilionário Elon Musk, que liderará um novo departamento que visa aumentar a eficiência governamental.
Saiba mais sobre quem são os indicados por Trump e a importância dos setores que liderarão.
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Alguns dos indicados por Trump para cargos importantes na nova gestão Foto: Mark Schiefelbein/AP
J.D. Vance
Vance será o vice-presidente de Trump, e, como tal, atuará como presidente em caso de viagens, tratamentos médicos e afins do titular do cargo. Também terá a função de presidente do Senado, dando o voto decisivo em caso de empate em alguma matéria.
Vance é relativamente jovem (40 anos) e foi senador por Ohio de 2023 até o início de 2025. Ele prestou serviço na Marinha americana durante a Guerra do Iraque e é autor de um livro de ficção, Hillbilly Elegy, que foi adaptado para um filme pela Netflix. É conservador e cristão, e casado com uma mulher indiana, com quem tem três filhos.
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Vance foi senador por dois anos pelo estado de Ohio Foto: Kevin Lamarque/AP
Marco Rubio
Senador pela Flórida, Rubio foi o primeiro indicado confirmado pelo Senado. Ele irá liderar o Departamento de Estado, ou seja, será o principal responsável pelas relações internacionais do novo governo. Rubio é filho de cubanos que emigraram para os Estados Unidos e defende uma posição mais dura nas relações com a ilha onde seus antepassados viveram.
Senador desde 2010, Rubio foi um dos candidatos nas primárias republicanas de 2016 e trocou farpas com Trump, que o chamava de “Pequeno Marco”. Posteriormente, se aproximou do agora presidente. Costuma ter posições duras também contra China, Irã Venezuela e Rússia, e chegou a ser chamado de intervencionista por alguns republicanos, mas defendeu o fim da guerra na Ucrânia.
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Senador pela Flórida, Rubio costuma defender posições duras contra países como Irã, Venezuela e Cuba Foto: Kevin Lamarque/AP
Elon Musk
Homem mais rico do mundo na atualidade, Musk se aproximou de Trump durante a campanha e comandará o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês). A função do Departamento ainda não está muito clara, mas Trump relatou que ele trabalhará fora do governo para oferecer “conselhos e orientação” à Casa Branca e farão uma parceria com o Gabinete de Gestão e Orçamento para “impulsionar reformas estruturais em grande escala e criar uma abordagem empreendedora ao governo”. Musk prometeu inicialmente entregar US$ 2 trilhões em cortes de gastos, mas depois recuou da cifra.
Musk é dono de diversas empresas, como a rede social X (antigo Twitter), a fabricante de carros elétricos Tesla, a companhia de exploração espacial SpaceX, a fornecedora de internet via satélite Starlink e outras. Sul-africano de nascimento, Musk estudou nos Estados Unidos e conseguiu amealhar uma fortuna gigantesca no ramo da tecnologia. Nos últimos anos, passou a se identificar cada vez mais com posições políticas de direita.
Além do Musk, o DOGE seria chefiado conjuntamente por outro bilionário, o indiano Vivek Ramaswamy, que deixou o posto antes mesmo do mandato começar.
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Musk é dono de diversas empresas e se aproximou da direita nos últimos anos Foto: Chip Somodevilla/AP
Robert F. Kennedy Jr.
Kennedy Jr. foi um candidato independete nas eleições de 2024, mas retirou seu nome da disputa antes da reta final. Ele foi indicado para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, estando à frente da agência que supervisiona desde medicamentos, vacinas e segurança alimentar até pesquisas médicas e os programas de segurança social Medicare e Medicaid.
Kennedy Jr. já fez diversas declarações antivacina, incluindo propagar a teoria já refutada cientificamente de que a vacina contra a poliomielite (paralisia infantil) causa autismo. No entanto, o próprio Trump já afirmou após as eleições que não ocorrerão mudanças na política sobre esta vacina específica.
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Kennedy Jr. é de uma das famílias de longa tradição política nos EUA e foi democrata por anos, antes de se candidatar como independente e entrar no governo republicano de Trump Foto: Chip Somodevilla/AFP
Susie Wiles
Wiles foi o primeiro nome da nova equipe anunciado por Trump, para chefiar o gabinete do novo governo. A função costuma ser a de montar a equipe do presidente, gerenciar o fluxo de pessoas e informações para o presidente e realizar negociações políticas.
Wiles é creditada como a responsável por fazer a campanha de Trump ser mais disciplinada e focada em 2024 do que em 2020 e 2016 e tem bom trânsito entre todas as alas do Partido Republicano e trabalhou com o governador da Flórida, Ron DeSantis, em sua primeira campanha para o governo do Estado.
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Wiles foi vista como uma peça fundamental para a campanha vitoriosa de Trump Foto: Melina Mara/AFP
Pete Hegseth
Ex-apresentador de TV do canal conservador Fox News, Hegseth é amigo pessoal de Trump. Ele é veterano das guerras do Iraque e do Afeganistão, mas não tem nenhuma experiência relacionada a cargos na área de Segurança Nacional.
Academicamente, é formado em políticas públicas em Harvard e em ciência política em Princeton, mas já declarou ter vontade de devolver seu diploma de Harvard. Ele classificou a abordagem do governo Biden em relação à segurança nacional como fraca. Também é autor do livro The War on Warriors: Behind the Betrayal of the Men Who Keep Us Free.
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Hegseth lutou no Iraque e no Afeganistão, mas não tem experiência na área de Segurança Nacional Foto: Kevin Dietsch/AFP
Pam Bondi
Bondi foi indicada para procuradora-geral dos Estados Unidos, cargo que acumula funções com o Departamento de Justiça. Se confirmada, ela será a responsável por iniciar investigações e principal conselheira de Trump em assuntos legais. Ela foi a segunda opção para o cargo, após a primeira, Matt Gaetz, ter o nome ligado a escândalos sexuais.
Bondi é lobista e já foi advogada de Trump durante a acusação de impeachment que ele sofreu no mandato anterior. Também já foi procuradora-geral da Flórida entre 2010 e 2019.
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Bondi foi a segunda escolha de Trump para a procuradoria-geral Foto: J. Scott Applewhite/AP
Kristi Noem
Ex-governadora de Dakota do Sul, Noem deve assumir o cargo de secretária de segurança interna, a principal responsável pela segurança nas fronteiras, tema fundamental para Trump e sua base de apoiadores. A agência ainda supervisiona entidades como a Guarda Costeira e o Serviço Secreto.
Noem foi elogiada por Trump por ter enviado soldados da Guarda Nacional para ajudar o Texas a combater uma crise migratória durante o governo Biden. Ela foi alvo de grande controvérsia quando revelou em uma autobiografia que atirou numa cachorrinha da família que tinha pouco mais de um ano de idade por perseguir galinhas durante uma caçada. No livro, também conta ter matado um bode com tiros e defende posições conservadoras, antiaborto.
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Noem causou polêmica ao contar na sua autobiografia que atirou em cachorra filhote da família Foto: Kenny Holston/AP
Mike Johnson
Presidente da Câmara dos Representantes, o advogado da Louisiana deve facilitar a vida de Trump para colocar em votação as pautas desejadas pelo presidente. Republicano e conservador, Johnson já recebeu o apelido de “MAGA Mike”, em referência ao slogan de Trump (“Faça a América Grande De Novo”). Os republicanos também terão a maioria na Câmara e no Senado.
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MikeJ Johnson, à direita de Kamala Harris na imagem, é o presidente da Câmara dos Estados Unidos desde outubro de 2023 Foto: Matt Rourke/AP
Suprema Corte
A Suprema Corte dos Estados Unidos também não deve complicar a vida de Trump em seu segundo mandato. Atualmente, a corte conta com uma supermaioria conservadora de seis juízes (John Roberts, Clarence Thomas, Samuel Alito, Neil Gorsuch, Brett Kavanaugh e Amy Coney Barrett), dos quais os três últimos foram indicados pelo próprio Trump. Em boa parte das questões, as juízas Sonia Sotomayor, Elena Kagan e Ketanji Brown Jackson, nomeadas por presidentes democratas e consideradas progressistas, devem ser voto vencido.
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Trump cumprimenta o presidente da Suprema Corte, John Roberts, durante a cerimônia de posse; Roberts é um dos seis juízes da ala conservadora do tribunal Foto: Chip Somodevilla/AP
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