O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38 anos, investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto na sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de São Paulo, alvejado com 10 tiros. A Polícia Federal instaurou um inquérito, neste sábado (9/11), para investigar a morte. Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.
Gritzbach era corretor de imóveis na Zona Leste de São Paulo. Há anos, ele passou a fazer negócios milionários com Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta. Santa Fausta movimentava milhões de reais comprando e vendendo drogas e armas para o PCC. Gritzbach teria atuado para lavar R$ 30 milhões em dinheiro proveniente do tráfico de drogas, segundo o Ministério Público.
Preso, Gritzbach fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo em março deste ano para delatar crimes da facção e de policiais. Ele chegou a pedir mais proteção aos promotores, por ter sido jurado de morte, mas o MP alegou que o empresário negou o reforço na segurança e preferiu contratar policiais de folga para a escolta.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que os “responsáveis serão severamente punidos”.
Veja o que se sabe sobre o crime:
Suspeita de participação policial
Gritzbach acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de pedir propina para amenizar a participação do empresário no assassinato do Cara Preta. Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalhavam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Passagem por Guarulhos
O empresário estava acompanhado da namorada. O casal embarcou de Maceió rumo a São Paulo. Eles viajariam para Vitória, no Espírito Santo, neste domingo (10/11).
Execução de Gritzbach
Gritzbach foi morto na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, por volta das 16h. Ele ainda tentou pular a mureta que divide a via, porém caiu logo em seguida. O empresário foi atingido por 10 tiros: quatro no braço direito, dois no rosto, um nas costas, um na perna esquerda, um no tórax e um na região localizada entre a cintura e a costela.
A ação foi registrada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver o empresário carregando uma mala na área externa, onde há uma fila de carros, quando dois homens encapuzados descem de um veículo preto e efetuam ao menos 29 disparos.
Joias na mala
Segundo o boletim de ocorrência do caso, a bagagem trazida por Gritzbach da viagem a Maceió continha mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor. Entre os itens, estão 11 anéis prateados com pedras rosadas, outras esverdeadas, em formas de coração e de pingo; seis pulseiras esverdeadas e douradas; dois colares prateados em forma de pingo e com pingentes; nove pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas.
As joias, segundo a polícia, tinham certificado de joalheiras como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier.
“Vocês estão falando com um morto-vivo”
Uma reportagem da TV Globo revelou que Gritzbach pediu mais segurança ao Ministério Público. A emissora teve acesso a um trecho da reunião, sem data informada.
“Tenho comprovantes de pagamento, tenho contrato, tenho matrícula, tenho as contas de onde vinham o dinheiro, então dá pra gente fazer o caminho inverso. Tenho as conversas de WhatsApp com os proprietários. Eu apresento, doutor, mas cada vez mais eu preciso de mais segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também do que eu vou ter. Se não, vocês estão falando com um morto-vivo aqui”, revela o áudio da reunião divulgado pela emissora.
Para se proteger, o empresário contratou, por conta própria, quatro policiais militares para fazerem sua escolta particular: Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima. No entanto, os seguranças não estavam com Gritzbach quando ele foi morto.
Os seguranças particulares afirmaram que um problema com um dos carros impediu a chegada deles ao aeroporto de Guarulhos antes da execução. Em depoimento à Polícia Civil feito por dois deles, o grupo informou que foi chamado para buscar o empresário e a namorada dele no aeroporto.
De acordo com o depoimento, eles se dividiram em dois carros. Em um, estavam os policiais Adolfo e Leandro. No outro, foram os policiais Jefferson e Romarks, o filho e um sobrinho do empresário.
Ainda segundo os depoimentos, por volta das 15h, eles pararam em um posto de gasolina próximo ao aeroporto para fazer um lanche. Foi quando o filho de Gritzbach informou aos seguranças sobre a chegada do pai.
Um dos veículos, entretanto, teve problema na ignição e não estava mais ligando, segundo os policiais. O outro carro já estava a caminho, mas, como estava com quatro pessoas dentro, fez meia volta e retornou ao posto para deixar um dos policiais lá e abrir espaço para o empresário e a mulher.
Quando esse veículo, ocupado por um dos seguranças, o filho e o sobrinho do empresário estava se aproximando do portão de desembarque, ocorreram os disparos. Investigadores desconfiam que os seguranças teriam falhado de forma proposital. Após identificados, eles foram afastados do trabalho.
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Os dois carros utilizados pela escolta da vítima e um terceiro, usado pelos atiradores, foram apreendidos, assim como os celulares dos policiais que faziam a segurança e da namorada do empresário.
A Polícia Civil ainda localizou duas armas na tarde de sábado (9/11): um fuzil e uma pistola. Elas estavam próximas ao local em que o carro foi abandonado, a pouco mais de 7km do aeroporto, ainda em Guarulhos. Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são as armas usadas no crime.
Por que a PF também vai investigar o caso?
A Polícia Federal também vai investigar o assassinato, por ordem do Palácio do Planalto. A avaliação é a de que a forma como o crime ocorreu – o suposto envolvimento de facção criminosa e de agentes públicos, além do local do homicídio no aeroporto mais movimentado do país em plena luz do dia – demandam também uma investigação federal.
Além disso, inquérito será tocado por uma equipe de fora de São Paulo para garantir a segurança das investigações.
Suspeitos
A aponta que há uma suspeita de que o empresário tenha sido sido morto por ordem e com envolvimento de agentes de segurança, e não necessariamente por ordem direta do PCC.
Outras vítimas
Um motorista de aplicativo foi atingido pelos disparos contra o empresário. Ele foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu e morreu neste sábado (9/11). Celso Araujo Sampaio de Novais, 41 anos, foi atingido nas costas por um tiro de fuzil.
Além dele, um funcionário terceirizado do aeroporto teve ferimentos na mão e outra, de 28 anos, foi atingida por um tiro de raspão no abdômen. Ambos foram socorridos e receberam alta.
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38 anos, investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto na sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de São Paulo, alvejado com 10 tiros. A Polícia Federal instaurou um inquérito, neste sábado (9/11), para investigar a morte. Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.
Gritzbach era corretor de imóveis na Zona Leste de São Paulo. Há anos, ele passou a fazer negócios milionários com Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta. Santa Fausta movimentava milhões de reais comprando e vendendo drogas e armas para o PCC. Gritzbach teria atuado para lavar R$ 30 milhões em dinheiro proveniente do tráfico de drogas, segundo o Ministério Público.
Preso, Gritzbach fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo em março deste ano para delatar crimes da facção e de policiais. Ele chegou a pedir mais proteção aos promotores, por ter sido jurado de morte, mas o MP alegou que o empresário negou o reforço na segurança e preferiu contratar policiais de folga para a escolta.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que os “responsáveis serão severamente punidos”.
Veja o que se sabe sobre o crime:
Suspeita de participação policial
Gritzbach acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de pedir propina para amenizar a participação do empresário no assassinato do Cara Preta. Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalhavam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Passagem por Guarulhos
O empresário estava acompanhado da namorada. O casal embarcou de Maceió rumo a São Paulo. Eles viajariam para Vitória, no Espírito Santo, neste domingo (10/11).
Execução de Gritzbach
Gritzbach foi morto na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, por volta das 16h. Ele ainda tentou pular a mureta que divide a via, porém caiu logo em seguida. O empresário foi atingido por 10 tiros: quatro no braço direito, dois no rosto, um nas costas, um na perna esquerda, um no tórax e um na região localizada entre a cintura e a costela.
A ação foi registrada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver o empresário carregando uma mala na área externa, onde há uma fila de carros, quando dois homens encapuzados descem de um veículo preto e efetuam ao menos 29 disparos.
Joias na mala
Segundo o boletim de ocorrência do caso, a bagagem trazida por Gritzbach da viagem a Maceió continha mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor. Entre os itens, estão 11 anéis prateados com pedras rosadas, outras esverdeadas, em formas de coração e de pingo; seis pulseiras esverdeadas e douradas; dois colares prateados em forma de pingo e com pingentes; nove pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas.
As joias, segundo a polícia, tinham certificado de joalheiras como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier.
“Vocês estão falando com um morto-vivo”
Uma reportagem da TV Globo revelou que Gritzbach pediu mais segurança ao Ministério Público. A emissora teve acesso a um trecho da reunião, sem data informada.
“Tenho comprovantes de pagamento, tenho contrato, tenho matrícula, tenho as contas de onde vinham o dinheiro, então dá pra gente fazer o caminho inverso. Tenho as conversas de WhatsApp com os proprietários. Eu apresento, doutor, mas cada vez mais eu preciso de mais segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também do que eu vou ter. Se não, vocês estão falando com um morto-vivo aqui”, revela o áudio da reunião divulgado pela emissora.
Para se proteger, o empresário contratou, por conta própria, quatro policiais militares para fazerem sua escolta particular: Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima. No entanto, os seguranças não estavam com Gritzbach quando ele foi morto.
Os seguranças particulares afirmaram que um problema com um dos carros impediu a chegada deles ao aeroporto de Guarulhos antes da execução. Em depoimento à Polícia Civil feito por dois deles, o grupo informou que foi chamado para buscar o empresário e a namorada dele no aeroporto.
De acordo com o depoimento, eles se dividiram em dois carros. Em um, estavam os policiais Adolfo e Leandro. No outro, foram os policiais Jefferson e Romarks, o filho e um sobrinho do empresário.
Ainda segundo os depoimentos, por volta das 15h, eles pararam em um posto de gasolina próximo ao aeroporto para fazer um lanche. Foi quando o filho de Gritzbach informou aos seguranças sobre a chegada do pai.
Um dos veículos, entretanto, teve problema na ignição e não estava mais ligando, segundo os policiais. O outro carro já estava a caminho, mas, como estava com quatro pessoas dentro, fez meia volta e retornou ao posto para deixar um dos policiais lá e abrir espaço para o empresário e a mulher.
Quando esse veículo, ocupado por um dos seguranças, o filho e o sobrinho do empresário estava se aproximando do portão de desembarque, ocorreram os disparos. Investigadores desconfiam que os seguranças teriam falhado de forma proposital. Após identificados, eles foram afastados do trabalho.
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Os dois carros utilizados pela escolta da vítima e um terceiro, usado pelos atiradores, foram apreendidos, assim como os celulares dos policiais que faziam a segurança e da namorada do empresário.
A Polícia Civil ainda localizou duas armas na tarde de sábado (9/11): um fuzil e uma pistola. Elas estavam próximas ao local em que o carro foi abandonado, a pouco mais de 7km do aeroporto, ainda em Guarulhos. Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são as armas usadas no crime.
Por que a PF também vai investigar o caso?
A Polícia Federal também vai investigar o assassinato, por ordem do Palácio do Planalto. A avaliação é a de que a forma como o crime ocorreu – o suposto envolvimento de facção criminosa e de agentes públicos, além do local do homicídio no aeroporto mais movimentado do país em plena luz do dia – demandam também uma investigação federal.
Além disso, inquérito será tocado por uma equipe de fora de São Paulo para garantir a segurança das investigações.
Suspeitos
A aponta que há uma suspeita de que o empresário tenha sido sido morto por ordem e com envolvimento de agentes de segurança, e não necessariamente por ordem direta do PCC.
Outras vítimas
Um motorista de aplicativo foi atingido pelos disparos contra o empresário. Ele foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu e morreu neste sábado (9/11). Celso Araujo Sampaio de Novais, 41 anos, foi atingido nas costas por um tiro de fuzil.
Além dele, um funcionário terceirizado do aeroporto teve ferimentos na mão e outra, de 28 anos, foi atingida por um tiro de raspão no abdômen. Ambos foram socorridos e receberam alta.
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38 anos, investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto na sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de São Paulo, alvejado com 10 tiros. A Polícia Federal instaurou um inquérito, neste sábado (9/11), para investigar a morte. Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.
Gritzbach era corretor de imóveis na Zona Leste de São Paulo. Há anos, ele passou a fazer negócios milionários com Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta. Santa Fausta movimentava milhões de reais comprando e vendendo drogas e armas para o PCC. Gritzbach teria atuado para lavar R$ 30 milhões em dinheiro proveniente do tráfico de drogas, segundo o Ministério Público.
Preso, Gritzbach fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo em março deste ano para delatar crimes da facção e de policiais. Ele chegou a pedir mais proteção aos promotores, por ter sido jurado de morte, mas o MP alegou que o empresário negou o reforço na segurança e preferiu contratar policiais de folga para a escolta.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que os “responsáveis serão severamente punidos”.
Veja o que se sabe sobre o crime:
Suspeita de participação policial
Gritzbach acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de pedir propina para amenizar a participação do empresário no assassinato do Cara Preta. Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalhavam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Passagem por Guarulhos
O empresário estava acompanhado da namorada. O casal embarcou de Maceió rumo a São Paulo. Eles viajariam para Vitória, no Espírito Santo, neste domingo (10/11).
Execução de Gritzbach
Gritzbach foi morto na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, por volta das 16h. Ele ainda tentou pular a mureta que divide a via, porém caiu logo em seguida. O empresário foi atingido por 10 tiros: quatro no braço direito, dois no rosto, um nas costas, um na perna esquerda, um no tórax e um na região localizada entre a cintura e a costela.
A ação foi registrada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver o empresário carregando uma mala na área externa, onde há uma fila de carros, quando dois homens encapuzados descem de um veículo preto e efetuam ao menos 29 disparos.
Joias na mala
Segundo o boletim de ocorrência do caso, a bagagem trazida por Gritzbach da viagem a Maceió continha mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor. Entre os itens, estão 11 anéis prateados com pedras rosadas, outras esverdeadas, em formas de coração e de pingo; seis pulseiras esverdeadas e douradas; dois colares prateados em forma de pingo e com pingentes; nove pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas.
As joias, segundo a polícia, tinham certificado de joalheiras como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier.
“Vocês estão falando com um morto-vivo”
Uma reportagem da TV Globo revelou que Gritzbach pediu mais segurança ao Ministério Público. A emissora teve acesso a um trecho da reunião, sem data informada.
“Tenho comprovantes de pagamento, tenho contrato, tenho matrícula, tenho as contas de onde vinham o dinheiro, então dá pra gente fazer o caminho inverso. Tenho as conversas de WhatsApp com os proprietários. Eu apresento, doutor, mas cada vez mais eu preciso de mais segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também do que eu vou ter. Se não, vocês estão falando com um morto-vivo aqui”, revela o áudio da reunião divulgado pela emissora.
Para se proteger, o empresário contratou, por conta própria, quatro policiais militares para fazerem sua escolta particular: Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima. No entanto, os seguranças não estavam com Gritzbach quando ele foi morto.
Os seguranças particulares afirmaram que um problema com um dos carros impediu a chegada deles ao aeroporto de Guarulhos antes da execução. Em depoimento à Polícia Civil feito por dois deles, o grupo informou que foi chamado para buscar o empresário e a namorada dele no aeroporto.
De acordo com o depoimento, eles se dividiram em dois carros. Em um, estavam os policiais Adolfo e Leandro. No outro, foram os policiais Jefferson e Romarks, o filho e um sobrinho do empresário.
Ainda segundo os depoimentos, por volta das 15h, eles pararam em um posto de gasolina próximo ao aeroporto para fazer um lanche. Foi quando o filho de Gritzbach informou aos seguranças sobre a chegada do pai.
Um dos veículos, entretanto, teve problema na ignição e não estava mais ligando, segundo os policiais. O outro carro já estava a caminho, mas, como estava com quatro pessoas dentro, fez meia volta e retornou ao posto para deixar um dos policiais lá e abrir espaço para o empresário e a mulher.
Quando esse veículo, ocupado por um dos seguranças, o filho e o sobrinho do empresário estava se aproximando do portão de desembarque, ocorreram os disparos. Investigadores desconfiam que os seguranças teriam falhado de forma proposital. Após identificados, eles foram afastados do trabalho.
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Os dois carros utilizados pela escolta da vítima e um terceiro, usado pelos atiradores, foram apreendidos, assim como os celulares dos policiais que faziam a segurança e da namorada do empresário.
A Polícia Civil ainda localizou duas armas na tarde de sábado (9/11): um fuzil e uma pistola. Elas estavam próximas ao local em que o carro foi abandonado, a pouco mais de 7km do aeroporto, ainda em Guarulhos. Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são as armas usadas no crime.
Por que a PF também vai investigar o caso?
A Polícia Federal também vai investigar o assassinato, por ordem do Palácio do Planalto. A avaliação é a de que a forma como o crime ocorreu – o suposto envolvimento de facção criminosa e de agentes públicos, além do local do homicídio no aeroporto mais movimentado do país em plena luz do dia – demandam também uma investigação federal.
Além disso, inquérito será tocado por uma equipe de fora de São Paulo para garantir a segurança das investigações.
Suspeitos
A aponta que há uma suspeita de que o empresário tenha sido sido morto por ordem e com envolvimento de agentes de segurança, e não necessariamente por ordem direta do PCC.
Outras vítimas
Um motorista de aplicativo foi atingido pelos disparos contra o empresário. Ele foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu e morreu neste sábado (9/11). Celso Araujo Sampaio de Novais, 41 anos, foi atingido nas costas por um tiro de fuzil.
Além dele, um funcionário terceirizado do aeroporto teve ferimentos na mão e outra, de 28 anos, foi atingida por um tiro de raspão no abdômen. Ambos foram socorridos e receberam alta.
O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, 38 anos, investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto na sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de São Paulo, alvejado com 10 tiros. A Polícia Federal instaurou um inquérito, neste sábado (9/11), para investigar a morte. Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.
Gritzbach era corretor de imóveis na Zona Leste de São Paulo. Há anos, ele passou a fazer negócios milionários com Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta. Santa Fausta movimentava milhões de reais comprando e vendendo drogas e armas para o PCC. Gritzbach teria atuado para lavar R$ 30 milhões em dinheiro proveniente do tráfico de drogas, segundo o Ministério Público.
Preso, Gritzbach fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo em março deste ano para delatar crimes da facção e de policiais. Ele chegou a pedir mais proteção aos promotores, por ter sido jurado de morte, mas o MP alegou que o empresário negou o reforço na segurança e preferiu contratar policiais de folga para a escolta.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que os “responsáveis serão severamente punidos”.
Veja o que se sabe sobre o crime:
Suspeita de participação policial
Gritzbach acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de pedir propina para amenizar a participação do empresário no assassinato do Cara Preta. Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalhavam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Passagem por Guarulhos
O empresário estava acompanhado da namorada. O casal embarcou de Maceió rumo a São Paulo. Eles viajariam para Vitória, no Espírito Santo, neste domingo (10/11).
Execução de Gritzbach
Gritzbach foi morto na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, por volta das 16h. Ele ainda tentou pular a mureta que divide a via, porém caiu logo em seguida. O empresário foi atingido por 10 tiros: quatro no braço direito, dois no rosto, um nas costas, um na perna esquerda, um no tórax e um na região localizada entre a cintura e a costela.
A ação foi registrada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver o empresário carregando uma mala na área externa, onde há uma fila de carros, quando dois homens encapuzados descem de um veículo preto e efetuam ao menos 29 disparos.
Joias na mala
Segundo o boletim de ocorrência do caso, a bagagem trazida por Gritzbach da viagem a Maceió continha mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor. Entre os itens, estão 11 anéis prateados com pedras rosadas, outras esverdeadas, em formas de coração e de pingo; seis pulseiras esverdeadas e douradas; dois colares prateados em forma de pingo e com pingentes; nove pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas.
As joias, segundo a polícia, tinham certificado de joalheiras como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier.
“Vocês estão falando com um morto-vivo”
Uma reportagem da TV Globo revelou que Gritzbach pediu mais segurança ao Ministério Público. A emissora teve acesso a um trecho da reunião, sem data informada.
“Tenho comprovantes de pagamento, tenho contrato, tenho matrícula, tenho as contas de onde vinham o dinheiro, então dá pra gente fazer o caminho inverso. Tenho as conversas de WhatsApp com os proprietários. Eu apresento, doutor, mas cada vez mais eu preciso de mais segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também do que eu vou ter. Se não, vocês estão falando com um morto-vivo aqui”, revela o áudio da reunião divulgado pela emissora.
Para se proteger, o empresário contratou, por conta própria, quatro policiais militares para fazerem sua escolta particular: Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima. No entanto, os seguranças não estavam com Gritzbach quando ele foi morto.
Os seguranças particulares afirmaram que um problema com um dos carros impediu a chegada deles ao aeroporto de Guarulhos antes da execução. Em depoimento à Polícia Civil feito por dois deles, o grupo informou que foi chamado para buscar o empresário e a namorada dele no aeroporto.
De acordo com o depoimento, eles se dividiram em dois carros. Em um, estavam os policiais Adolfo e Leandro. No outro, foram os policiais Jefferson e Romarks, o filho e um sobrinho do empresário.
Ainda segundo os depoimentos, por volta das 15h, eles pararam em um posto de gasolina próximo ao aeroporto para fazer um lanche. Foi quando o filho de Gritzbach informou aos seguranças sobre a chegada do pai.
Um dos veículos, entretanto, teve problema na ignição e não estava mais ligando, segundo os policiais. O outro carro já estava a caminho, mas, como estava com quatro pessoas dentro, fez meia volta e retornou ao posto para deixar um dos policiais lá e abrir espaço para o empresário e a mulher.
Quando esse veículo, ocupado por um dos seguranças, o filho e o sobrinho do empresário estava se aproximando do portão de desembarque, ocorreram os disparos. Investigadores desconfiam que os seguranças teriam falhado de forma proposital. Após identificados, eles foram afastados do trabalho.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Os dois carros utilizados pela escolta da vítima e um terceiro, usado pelos atiradores, foram apreendidos, assim como os celulares dos policiais que faziam a segurança e da namorada do empresário.
A Polícia Civil ainda localizou duas armas na tarde de sábado (9/11): um fuzil e uma pistola. Elas estavam próximas ao local em que o carro foi abandonado, a pouco mais de 7km do aeroporto, ainda em Guarulhos. Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são as armas usadas no crime.
Por que a PF também vai investigar o caso?
A Polícia Federal também vai investigar o assassinato, por ordem do Palácio do Planalto. A avaliação é a de que a forma como o crime ocorreu – o suposto envolvimento de facção criminosa e de agentes públicos, além do local do homicídio no aeroporto mais movimentado do país em plena luz do dia – demandam também uma investigação federal.
Além disso, inquérito será tocado por uma equipe de fora de São Paulo para garantir a segurança das investigações.
Suspeitos
A aponta que há uma suspeita de que o empresário tenha sido sido morto por ordem e com envolvimento de agentes de segurança, e não necessariamente por ordem direta do PCC.
Outras vítimas
Um motorista de aplicativo foi atingido pelos disparos contra o empresário. Ele foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu e morreu neste sábado (9/11). Celso Araujo Sampaio de Novais, 41 anos, foi atingido nas costas por um tiro de fuzil.
Além dele, um funcionário terceirizado do aeroporto teve ferimentos na mão e outra, de 28 anos, foi atingida por um tiro de raspão no abdômen. Ambos foram socorridos e receberam alta.
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