- Debate Kamala x Trump: Expressões faciais da democrata foram arma para provocar e manter republicano na defensiva
- Faça o quiz e descubra: Após debate nos EUA, você é Trump ou Kamala?
Kamala estava com o presidente americano, Joe Biden, enquanto Trump estava com seu companheiro de chapa, o senador J.D. Vance, de Ohio. O ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg atuou como intermediário. Bloomberg pareceu facilitar o aperto de mãos, e Kamala foi vista dizendo “obrigada” a Trump. O momento remeteu ao senso de unidade nacional que emergiu nos meses após extremistas islâmicos realizarem o ataque terrorista mais mortal da história do país, quando quase 3 mil pessoas foram mortas.
Horas após debate nos EUA, Kamala e Trump apertam as mãos em memorial do 11 de setembro
É esperado que Biden, Kamala e Trump depositem coroas de flores em Shanksville, Pensilvânia, onde passageiros do voo 93 derrubaram o avião em que estavam antes que ele pudesse alcançar seu alvo pretendido, o Capitólio dos Estados Unidos, em Washington. Biden e Kamala também devem participar de um evento semelhante no Pentágono, onde terroristas colidiram com um quarto avião em 2001.
Trump viajará separadamente para Shanksville ainda na quarta-feira, de acordo com uma fonte familiarizada com seus planos, publicou a CNN. O governador de Minnesota, Tim Walz, o candidato democrata à vice-presidência, também participará de um evento para comemorar o aniversário, embora seu gabinete não tenha dito onde.
Os eventos desta quarta-feira marcam o sexto ciclo eleitoral em que os candidatos presidenciais navegam pelo sombrio aniversário do ataque terrorista em meio a uma temporada de campanha acirrada. Por três ciclos seguidos, Trump — ele próprio um nova-iorquino que já repetiu alegações falsas sobre o atentado no passado — foi o candidato republicano. Há quatro anos, Biden, então candidato, e Trump, então presidente, não se cumprimentaram nesses eventos.
Em 2016, tanto Trump quanto Hillary Clinton participaram dos eventos que marcaram o 15º aniversário do 11 de setembro no Ground Zero. Hillary, porém, foi embora subitamente após passar mal, o que fez Trump questionar sua saúde. Ela posteriormente foi diagnosticada com pneumonia. Já em 2012, Obama e Mitt Romney não se cruzaram. Enquanto o primeiro participou de cerimônias nos locais dos atentados, o segundo fez campanha em Nevada, evitando criticar seu oponente.
— Há um tempo e um lugar para isso, mas este dia não é o momento — disse ele na ocasião.
O encontro desta quarta-feira, contudo, lembrou 2008, quando Obama e John McCain, então rivais à Presidência, se reuniram na cerimônia memorial de 11 de setembro nas últimas semanas da disputa. Agora, Trump e Kamala protagonizaram mais um quadro marcante menos de 12 horas do fim do debate, possivelmente o único entre eles antes das eleições de 5 de novembro. Para analistas, vice-presidente democrata apresentou um desempenho forte contra seu rival, que aparece praticamente empatado nas pesquisas.
Ambos os candidatos declararam vitória após o primeiro encontro cara a cara na maior noite da campanha até agora, embora qualquer mudança significativa de apoio seja improvável. O debate, organizado pela ABC News na Filadélfia, foi marcado por trocas tensas, com Kamala focada em políticas, enquanto as respostas de Trump foram pontuadas por falsas alegações queixas passadas. Mais cedo nesta quarta, o republicano alegou sem provas que o debate foi “manipulado” contra ele. A equipe da democrata afirmou que ela está “pronta para um segundo debate”.
- Quem ganhou o debate: Trump ou Kamala? Jornalistas do GLOBO dão sua opinião
O evento também agradou a cantora Taylor Swift, que prometeu votar em Kamala, a quem chamou de “guerreira” porque “luta pelos direitos e causas” com as quais ela se identifica. Um apoio muito importante devido à enorme influência da artista em milhões de jovens. O marido da vice-presidente americana, Doug Emhoff, resumiu o cenário: Kamala “venceu o debate, mas ainda não” ganhou nada, comentou. A vice-presidente reconheceu ter “muito trabalho pela frente”, e a ex-primeira-dama Michelle Obama reforçou a importância de cada voto.
Uma pesquisa publicada no domingo pelo New York Times/Siena College mostra que Trump e Kamala continuam empatados. De acordo com a sondagem, o republicano tem 48% dos votos, contra 47% da democrata, um empate técnico dentro da margem de erro de três pontos percentuais. O resultado é praticamente o mesmo de uma pesquisa realizada no fim de julho, logo após o presidente americano, Joe Biden, desistir de sua candidatura à reeleição. (Com AFP e New York Times)