A ministra de Inovação e Gestão, Esther Dweck, faz um balanço, na noite deste domingo, da aplicação das provas do Concurso Nacional Unificado (CNU). Segundo ela, 1 milhão de pessoas fizeram as provas. Foram 2,1 milhão de inscritos. Ou seja, a abstenção foi de mais da metade dos candidatos.
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Em todo o país, pessoas que fizeram o concurso relataram nas redes sociais salas com muitas cadeiras vazias em diferentes cidades. No turno da tarde, os relatos eram de presença ainda menor de candidatos.
— A gente teve cerca de 1 milhão de pessoas que efetivamente realizaram a prova hoje — disse a ministra, ressaltando que ainda seria preciso concluir a contagem completa das salas. — Mas a nossa estimativa é que chega aí bem próximo de 1 milhão de pessoas que realizaram a prova efetivamente hoje (domingo). O que para a gente está dentro, como eu falei hoje pela manhã, dentro da nossa expectativa, comparando a outros concursos públicos desse tamanho — disse a ministra.
Ela disse que o índice de abstenção já era esperado, diante de outros concursos já realizados. O percentual exato de abstenção não foi divulgado pela ministra porque os números ainda estão sendo fechados, mas ela disse que ficou em torno de 52% a 53%.
— Está dentro do esperado — garantiu.
Dweck citou um concurso recente do Banco Central, que teve 62% de abstenção. Um concurso do Banco do Brasil, com 1 milhão de inscritos, teve 50% de abstenção. De acordo com a ministra, a média de abstenção em concurso é em torno de 40% e certames maiores chega a 50%. A expectativa, segundo ela, para o CNU, era de de 40% a 50%.
— Na nossa visão surpreende até positivamente dada a quantidade de municípios e de pessoas fazendo concurso pela primeira vez — afirmou. — A gente tem quase um milhão de pessoas fazendo a prova. Foi realmente um número que nos surpreendeu positivamente e ficamos muito felizes com esse resultado.
O Distrito Federal, teve o menor número de abstenções. O maior foi registrado no Ceará.
Adiamento não interferiu
A ministra falou que o adiamento da prova, que estava prevista inicialmente para ocorrer em maio, não deve ter interferido, porque as pessoas tiveram a oportunidade de desistir da inscrição. Cerca de 30 mil, do total de 2,1 milhões inscritos, optaram pela desistência. As provas foram adiadas por conta das chuvas no Rio Grande do Sul.
— As pessoas se inscrevem, pagam a taxa de inscrição e elas acabam não indo fazer a prova porque elas acham que não estão preparados suficientes ou porque elas mudaram de perspectiva.
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Por outro lado, afirmou que integrantes de algumas carreiras da administração públicas desistiram após conseguir um aumento do salário.
— Teve um fator que não influencia no número absoluto, mas é interessante, de pessoas de algumas carreiras que tinham se inscrito e desistiram depois da negociação salarial, então tem tantos fatores que podem interferir nisso.
‘Pouquíssimas’ intecorrências
A ministra afirmou que houve “pouquíssimas” intercorrências na aplicação do Concurso Nacional Unificado e que elas não atrapalharam a realização das provas. De acordo com Dweck, esses problemas atingiram 0,2% dos locais de provas.
— A gente tem uma estimativa, em termos de locais de prova, é 0,2% de locais de prova onde teve alguma coisa, mas nada que tenha afetado efetivamente a realização da prova. Foram coisas que atrasaram um pouco ou tiveram algum tipo de pequenos problemas, mas nada que afetou a realização da prova — afirmou a ministra, em entrevista coletiva.
Um dos pontos citados foram faltas de energia. Esther Dweck disse, contudo, que as falhas duraram períodos curtos e não impediram as provas.
— Foi questão de falta de energia, mas que foram recuperadas. Ninguém, nenhuma sala, deixou de ter prova por falta de energia. Aconteceu um caso ou outro que precisou estender um pouco o prazo pelo período que ficou (sem luz). Muitos locais em que faltou energia foi por período curto, (ou) não atrapalhou a realização da prova porque estava com luz suficiente, nem parou a prova.
O GLOBO fará ‘live’ com correção
O GLOBO, em parceria com o Direção Concursos, vai divulgar, a partir das 20h de domingo, o gabarito extraoficial das provas do CNU. Será realizada uma live, com transmissão no site e nas redes sociais do GLOBO, na qual mais de 20 professores comentarão as principais questões de todas as provas. Para participar da live clique no link: https://youtube.com/live/yRbLLZ6E4VQ
O Ministério da Gestão e da Inovação acompanhou a realização do concurso de uma “sala de situação” instalada no edifício-sede da Dataprev, em Brasília. Há um forte esquema de segurança no local, com cães farejadores e policiais.
A equipe também está conectada ao Centro Nacional de Comando e Controle (CNCC) e aos 27 Centros Integrados de Comando e Controle (CICC), coordenados por corporações nacionais, mas que possuem sedes em diversos estados.
Esses núcleos foram criados para a Copa Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e funcionam cruzando informações para monitorar o evento passo a passo.
A seleção é a maior da história do país para cargos no governo federal. Foram mais de 2,1 milhões de inscritos para concorrer a 6.640 vagas em 21 órgãos da administração pública federal. Foram definidos 3.647 locais de prova e 72.041 salas, distribuídas em 228 municípios, em todos os estados. Mais de 210 mil pessoas vão trabalhar na aplicação do exame.
Veja o cronograma da prova:
- Aplicação das provas: 18/08/2024
- Divulgação preliminar dos gabaritos das provas objetivas: 20/08
- Disponibilização da imagem do cartão-resposta: 10/09
- Divulgação das notas finais das provas objetivas e da nota preliminar da discursiva: 08/10
- Envio dos títulos: 9 e 10 de outubro
- Previsão de divulgação dos resultados finais: 21/11
- Início da convocação para posse e cursos de formação: janeiro/2025