A comunidade Guarani e Kaiowá que ocupou região de sítio na cidade de Douradina recebeu a visita de um oficial de Justiça com o aviso de despejo na manhã desta sexta-feira (2), na Terra Indígena (TI) Panambi – Lagoa Rica. Há três semanas o local é palco de conflito com produtores rurais.
Com base na liminar de reintegração de posse, publicada na semana passada, os indígenas receberam um prazo para a saída da área sem o uso de força policial. Conforme o advogado da comunidade, Anderson dos Santos, a Procuradoria Especializada da Funai (Fundação Nacional do Índio) recorreu da decisão.
A área, denominada como Guaaroka, é uma das sete ‘retomadas de Douradina’, município onde está a Terra Indígena, e fica ao lado da retomada Yvy Ajere. É neste local que se concentra produtores rurais estabelecidos em um acampamento a poucos metros dos barracos Guarani e Kaiowá. Eles tentam barrar a ampliação de barracos erguidos pelos indígenas.
A Força Nacional segue no local e nesta quinta-feira (1) prendeu um casal que, com uma camionete, teria invadido outras duas retomadas: Kurupa’yty e Pikyxyin. Um Guarani e Kaiowá acabou ferido sem gravidade.
Estudos apontaram em 2011 que boa parte das terras de Douradina seria território indígena, indicando que a área seria de 12 mil hectares. Isso abocanha a metade do território do município.