Do ponto de vista socio-cultural e científico, embora ainda se encontre resistência de algumas pessoas e setores da sociedade, a tendência geral, é equiparar práticas, pois embora a penetração tenha o seu impacto, outras ações sexuais também tem o seu significado, atravessando o emocional das pessoas. Não é só a conjunção carnal que implica em responsabilidade sexual.
Portanto, ao praticar qualquer uma delas, bem como a tal penetração sem movimento, esses jovens estão rompendo com o valor da “abstinência sexual” de sua religião. Por sua vez, o fenômeno deveria chamar a atenção dos religiosos, convidando-os a enfrentar a realidade que se desdobra diante de seus olhos e, quem sabe, rever algumas concepções sobre sexualidade.
Além disso, castidade é um pressuposto bem mais profundo que ser ou não “virgem” ou abstinente sexual, diz respeito a integração da sexualidade na personalidade e no projeto de vida pessoal de cada um de nós. Ou seja, uma pessoa pode não ter relações sexuais, manter seu hímen intacto (seja ele natural ou reconstituído) e ser alguém completamente desequilibrado afetivamente, alguém que não aceita a própria identidade.
Sobre a prática do soaking em si, fico imaginando a tensão emocional envolvida. Pode ser até gostosinho repousar o pênis no canal vaginal, percebendo as sensações agradáveis, mas o ímpeto natural do movimento de vai-e-vem, do rebolado dos quadris terá que ser contido, promovendo uma espécie de tortura, fazendo presente a culpa, naquele ato proibido.
Talvez seja melhor mesmo nem transar, pois sabemos que tensão e repressão sexual são fatores comuns em pessoas com disfunções sexuais, que não conseguem se entregar ao prazer, felizes, conscientes e contentes. Ao tentar driblar a regra, o soaking pode se tornar o próprio castigo.
Também gostaria de reforçar que, mesmo sem vai-e-vem, homens podem não controlar a ejaculação, portanto se não estiverem usando preservativo e a mulher estiver ovulando, uma gravidez pode acontecer. Além disso, sem preservativo e mesmo sem ejaculação, há o risco de contrair ISTs.