“Infelizmente, ele só pode consumir sopas, um suco, uma gelatina, e nós uruguaios estamos acostumados com churrasco, com guisado”, acrescentou.
Topolansky, ex-guerrilheira como Mujica e ex-vice-presidente do Uruguai (2017-2020), contou que seu marido, que estava muito ativo politicamente antes das eleições internas do partido em 30 de junho, “está bem de ânimo”, mas o frio do inverno limita suas aparições públicas.
“Dizem que ele participou das internas, mas, comparado a fazer oito eventos por dia como costumava fazer nos momentos em que militava a mil, isso é nada. É como um cachorro preso em sua coleira. E ainda mais sem comer. É difícil”, disse Topolansky.
Mesmo assim, ela se mostra confiante sobre a saúde de seu marido. “Os efeitos [da terapia] chegam com atraso. Mais ou menos em um mês e meio eles poderão fazer o controle. Eu sou otimista, acredito que os médicos têm trabalhado muito bem, mas é preciso esperar e ter paciência”, afirmou.
Em 21 de junho, a médica pessoal de Mujica, Raquel Pannone, indicou que o ex-presidente, que também sofre de vasculite e insuficiência renal, estava “bem”, se recuperando de um tratamento oncológico “muito agressivo”. “Ele tem muita força, física e mental”, destacou.
Mujica, que se rebelou contra governos democráticos nas décadas de 1960 e 1970 e passou 13 anos preso, a maior parte durante a ditadura civil-militar (1973-1985), celebrou em 30 de junho a vitória de seu apadrinhado Yamandú Orsi como candidato da Frente Ampla (esquerda), principal partido de oposição, para as eleições presidenciais de outubro.