A defesa de Florisvaldo, então, mudou o depoimento do contador. Em documento encaminhado por escrito à PF, Florisvaldo confirmou a entrega de dinheiro, mas afirmou que não sabia a mando de quem teria sido. Nenhum delator negou a entrega.
A partir da revisão de planilhas e anexos de pagamentos feitos à beneficiários de doações, pede-se a correção das declarações considerando que, diversamente do outrora afirmado, a instrução não teria sido dada por Ricardo Saud, não tendo o ora colaborador
certeza para afirmar de quem teria partido a ordem para entrega de valores ao então ministro Neri Geller
Florisvaldo Caetano de Oliveira, em manifestação retificada encaminhada à PF em 2023
Passados nove anos do episódio e sem explicações dos deladores sobre o motivo do pagamento, a PF arquivou o caso.
Os demais atos necessários à consumação da corrupção teriam sido praticados pelo escalão hierárquico superior da Organização Criminosa, cuja estrutura foi desvendada em diversas outras investigações, razão pela qual as linhas investigativas possíveis passam pela identificação dos executivos da J & F que estariam envolvidos no suposto delito. Ocorre que é exatamente neste ponto em que os colaboradores se contradizem, pois Ricardo Saud nega ter autorizado o pagamento ilícito e Florisvaldo alegou ter se “equivocado”, volta atrás em seu depoimento inicial e diz que não sabe informar qual executivo teria, então, ordenado tal ato ilícito.
relatório final da PF na investigação envolvendo Neri Geller e a suposta propina da J&F
Outro lado
A J&F não respondeu questionamento da reportagem por e-mail. A defesa de Ricardo Saud informou que não iria se manifestar sobre os episódios citados na reportagem. E Florisvaldo Caetano de Oliveira não retornou às tentativas de contato por telefone e Whatsapp.