A conversa prossegue, com ambos combinando a suposta fraude e os valores que cada um receberia. Eles citam compradores interessados no avião, que na sequência seria apreendido.
Em março de 2023, após o êxito da suposta fraude, com um escritório de advocacia já defendendo Valdemiro no processo do banco contra ele, Valarelli orienta Iannie a dizer que não se lembra do que assinou.
“Você não pode abrir a boca. Tem que ficar firme”, escreveu, entre conversas que evidenciam preocupação com a venda do avião. “Menos de 12 [milhões] não tem negócio”, diz o advogado.
“Vimos aqui que o advogado Felício Rosa Valarelli Junior, em conluio com Filipe Pires Iannie, através do Nacional Bank, impetraram uma ação mediante fraude de documentos, conforme diálogos indicados no aplicativo WhatsApp”, concluem os policiais.
Iannie afirma que a relação com Valarelli se deu porque o advogado tinha valores para receber de Valdemiro, o que não aconteceu. Mas que não houve trama de golpe.
Ao final, sete pessoas foram indiciadas. A Justiça aceitou as denúncias contra quatro, que agora são réus: Iannie, Valarelli, Ligia de Mesquita Polido (presidente do Nacional Bank e sogra de Valarelli) e Edner Carlos Bastos (advogado, vice-presidente do Nacional Bank e responsável pelo pedido de busca e apreensão do avião pela Justiça).