Impactos na economia
A Selic é chamada de taxa “básica” porque serve como referência para outros juros do mercado, como os cobrados em empréstimos e financiamentos. Juros menores deixam o crédito mais barato, favorecendo o consumo; quando estão mais altos, o efeito é o contrário.
Os juros também afetam a geração de empregos. Quando a taxa está alta, o custo de operação de uma empresa é maior, o que desestimula investimentos e contratações. À medida que a Selic cai, empresários ficam mais dispostos a tomar riscos e crédito para crescer e, consequentemente, gerar empregos.
A Selic influencia ainda nos investimentos financeiros. Com juros baixos, as aplicações de risco, como ações, tendem a ser mais buscadas. Os juros altos favorecem produtos de renda fixa, como títulos do Tesouro, CDB e LCI.
Tensão política
A reunião do junho do Copom estava cercada de mais expectativa do que o costume por questões políticas. No encontro de maio, o comitê havia resolvido cortar a taxa em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano, em uma decisão que dividiu os membros. De um lado, defendendo uma redução maior, de 0,5 p.p., estavam os diretores indicados pelo governo Lula. Do outro, que acabou prevalecendo, membros mais antigos. Essa discordância alimentou a preocupação de que, quando acabar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, em dezembro, um novo chefe indicado pelo atual governo seja mais agressivo nos cortes.