Depois de atingir até R$5,43 na sessão de hoje, o dólar encerrou as negociações desta segunda, 17, em alta de 0,73%, cotado a R$ 5,42, renovando a máxima do ano até agora. Com o avanço de hoje, a moeda já apresenta valorização de 11,75% em 2024.
A moeda não alcançava esse patamar desde 4 de janeiro de 2023, quando começou o atual mandato do presidente Lula. Naquele dia, a moeda fechou cotada a R$ 5,45. A instabilidade na condução fiscal é, segundo analistas, um dos fatores que elevam a divisa ao patamar atual.
— Existe uma série de preocupações no mercado. E o câmbio em alta está relacionado à incertezas. Tenho uma série delas, como o risco fiscal. Em cenário interno com instabilidade, o investidor prefere pegar o real, transformar em dólar e tirar daqui. — diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, sobre os fatores que levam ao avanço da moeda. Só em junho, a divisa apresenta alta de mais 3%.
Já o índice DXY, que mede a moeda na comparação com uma cesta de outras seis de economias ortes, variava negativamente em 0,2%, por volta de 17h15.
EUA também influenciam no patamar
O Fed, autoridade monetária americana, manteve, na semana passada, a taxa de juros no país entre 5,25 e 5,5% pela sétima reunião consecutiva.
Este patamar atual é considerado alto. Ela não estava nesse nível desde 2001. Isso faz os investidores, em todo planeta, preferirem migrar seus investimentos para os Estados Unidos.
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Os títulos do tesouro americano são considerados os investimentos mais seguros do mundo, e dão menos dor de cabeça do que ativos de risco, como papéis de empresas listadas em bolsas. Elas podem até dar um retorno maior, mas a probabilidade e o risco são colocados na balança pelos agentes.
Quando a taxa brasileira está alta, isso atrai um volume grande de investimentos para a renda fixa no Brasil. Só que o Banco Central vem reduzindo, desde agosto do ano passado, a taxa Selic. Isso faz a diferença entre a taxa de juros dos EUA e a brasileira diminuir, tornando o ambiente por aqui menos atraente. Com menos dólares fazendo um caminho de entrada ao país, a moeda americana se valoriza.
Dados divulgados pela B3 e compilados pelo Valor Econômico mostram que o fluxo negativo de investimentos estrangeiros em 2024 já ultrapassou os R$ 43 bilhões até este mês.