O dólar rondava a estabilidade frente ao real na manhã desta quinta-feira, 13, mantendo-se acima de 5,40 reais após os fortes ganhos na véspera por conta de preocupações do mercado com o cenário fiscal brasileiro, o que mais do que compensou um maior apetite por risco no exterior.
Às 9h36, o dólar à vista caía 0,05%, a R$ 5,4008 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,14%, a R$ 5,419 na venda. Veja cotações.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4036 na venda, em alta de 0,82%, atingindo o maior valor de fechamento desde 4 de janeiro de 2023. Desde aquela data — um dos primeiros dias do governo Lula — o dólar não encerrava acima dos 5,40 reais.
“O governo fracassou em todas as suas tentativas até agora de apresentar um plano crível para a execução do arcabouço fiscal”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. “Até que nós tenhamos um vetor claro e confiável de que as coisas vão caminhar de volta para um ajuste, vamos continuar tendo essa pressão”, acrescentou.
Na quarta-feira, o dólar obteve fortes ganhos ante o real por conta de preocupação dos investidores com a área fiscal, fomentada por uma derrota do governo no início da semana em sua tentativa de compensar a desoneração da folha de pagamentos e uma maior percepção de fraqueza do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dentro do Executivo.
O mal-estar em torno da situação fiscal brasileira foi reforçado por declarações do presidente Lula no dia seguinte durante evento com investidores no Rio de Janeiro, onde disse que o aumento da arrecadação e a queda na taxa de juros permitirão uma redução do déficit nas contas sem impactar os investimentos. (Istoé)