Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo, será o novo ministro do Interior da Venezuela, anunciou o presidente Nicolás Maduro nesta terça-feira, na véspera da sua contestada reeleição completar um mês. O deputado já havia ocupado o cargo em 2002, no início dos protestos contra o então mandatário Hugo Chávez — um momento de tensão que remonta à atual crise.
— Decidi incorporar ao governo (…) como novo ministro do Poder Popular do Interior, Justiça e Paz (…) o capitão bolivariano Diosdado Cabello — disse Maduro em discurso.
Além de dirigente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Cabello também é apresentador do programa de TV “Con El Mazo Dando”, transmitido semanalmente na rede estatal VTV e com uma versão para o rádio.
— Havia uma preocupação sobre se ele continuaria ou não com o Mazo — disse Maduro, ironicamente, sobre como Cabello vai conciliar o novo cargo com seu programa televisivo.
A nomeação acontece na esteira de uma ampla renovação do Executivo anunciada nesta terça. Entre as mudanças mais importantes estão a saída da vice-presidente Delcy Rodríguez do Ministério das Finanças e do Comércio Exterior para assumir a pasta do Petróleo, antes ocupada por Pedro Tellechea, que passa a ser ministro das Indústrias e da Produção Nacional. Tellechea também deixa a presidência da gigante estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), que passa a ser comandada por Héctor Obregón, que servia como vice-presidente da empresa até então. Vladimir Padrino foi ratificado na Defesa, assim como o ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil.
A dança das cadeiras também afetou os ministérios da Agriculta Produtiva e da Terra, do Turismo, do Trabalho, da Educação, da Educação Universitária, das Comunas, dos Assuntos da Mulher, da Água, da Habitação e das Obras Públicas. Também foi criada a pasta dos Idosos e o ministério da Juventude e Esportes foi dividido em dois.
— Estamos indo para a grande etapa do autogoverno popular e tenho certeza de que não cometeremos nenhum erro, que faremos as mudanças que a Venezuela precisa e que a vida será muito melhor — disse Maduro antes de anunciar a saída de vários de seus ministros, justificando as mudanças para transformar o que definiu como um “governo aéreo” para um modelo de democracia “direta e popular”.