Uma empresária da geração X (nascidos entre 1965 e 1981), que tem um MBA de Wharton, está desanimada com a avalanche de conteúdo performativo dos influenciadores da cultura do esforço e de “liderança de pensamento” gerada por IA, sem mencionar as fotos de animais de estimação e de férias que cada vez mais povoam seu feed do LinkedIn.
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Com seus números de engajamento caindo, a executiva consultou um especialista em redes sociais que a aconselhou a postar “mais coisas pessoais” na plataforma para aumentar sua visibilidade. Mas isso não é algo natural para ela. “Isso me parece realmente inautêntico”, disse.
O dilema de Cudby é cada vez mais comum para os candidatos a emprego e profissionais ambiciosos que há muito tempo usam o LinkedIn para procurar trabalho e construir suas redes. O mercado de trabalho tem estado lento há meses e o desemprego está aumentando à medida que os temores de recessão vêm à tona nos EUA, empurrando mais e mais pessoas a revisarem seus currículos e postarem na plataforma de propriedade da Microsoft.
Mudança nas redes sociais
Ao mesmo tempo, a inteligência artificial deu um impulso ao mercado de trabalho, permitindo que os candidatos se inscrevam em centenas de vagas e aumentando a pressão para se destacar online.
Enquanto isso, uma mudança geracional ocorre, com a Geração Z mais aberta digitalmente e confessional que começa a ingressar cno mercado de trabalho. Isso acaba provocando um debate entre os usuários mais antigos da rede: qual é o limite do LinkedIn?
“As dicas que damos a todos são as mesmas: venha para o LinkedIn preparado para retribuir — ajude as pessoas em seus caminhos compartilhando o que você sabe sobre temas de trabalho que são importantes para você”, disse Dan Roth, editor-chefe e vice-presidente de produto da empresa.
“Quanto mais aberto e autêntico você for, mais provável que você consiga que as pessoas conversem e respondam”, afirmou ele.
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O LinkedIn foi fundado há 22 anos, antes de Facebook, Instagram, Twitter — e até mesmo MySpace — existirem. A plataforma vem experimentando conteúdo há anos, com uma mistura flutuante de atualizações de carreira congratulatórias, notícias, newsletters e “liderança de pensamento” de influenciadores.
Hoje em dia, membros da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2010, estão impulsionando o crescimento nas inscrições no LinkedIn à medida que entram cada vez mais no mundo profissional. Eles também estão alimentando a mudança de conteúdo no site.
A geração mais jovem vê o LinkedIn mais como o Facebook original, que surgiu em 2004 como um lugar para se conectar com amigos e compartilhar fotos, de acordo com Adam Kail, fundador da Harrison Gray Search and Consulting. Já o público mais velho, que Kail estima ter usado todos os dias nos últimos 12 anos, está acostumado a uma mentalidade mais formal, focada nos negócios. A abordagem da Geração Z está fazendo com que eles questionem sua estratégia.
“Você tem pessoas mais velhas vendo os jovens se destacarem e receberem muitos likes,” disse ele. “Eles tentam fazer o mesmo, mas não é a habilidade deles, então acaba parecendo muito desajeitado.”
Hoje no LinkedIn, é difícil não notar executivos da Geração Boomer, Millennial e X compartilhando fotos de bíceps na academia; ex-colegas postando haicais; reflexões sobre o diagrama de Venn do amor, perda e liderança; “gurus de bem-estar” questionavelmente qualificados reciclando conteúdo de vídeos de rotinas de exercícios; e até mesmo queixas de candidatos descontentes tentando cancelar empresas que os rejeitaram ou ignoraram.
Uma coleção de alguns dos piores e mais embaraçosos infratores pode ser vista no fórum do Reddit, r/LinkedInLunatics, que conta com 600 mil membros. O que torna muitos posts no LinkedIn ineficazes é que as pessoas parecem engrandecer a si mesmas ao tentar se vender para clientes ou potenciais empregadores, de acordo com Bob Hutchins.
Bob é estrategista de marketing e consultor de IA em Nashville e publicou um post no LinkedIn de 2022 dizendo “Isto não é Facebook” obteve mais de 70 mil curtidas e 4,5 mil comentários.
Certamente, dizer às pessoas o que elas devem ou não devem postar nas redes sociais é uma maneira infalível de atrair censura, e as pessoas criticaram Hutchins por supostamente tentar limitar a liberdade de expressão. Ainda assim, ele acredita que as pessoas poderiam fazer um trabalho melhor de marketing pessoal.
Embora muitos estejam perturbados com a mudança no LinkedIn, há outro grupo de usuários que gosta de conteúdo mais personalizado. Sem mencionar que gera mais engajamento. Eles acham que o grupo “LinkedIn não é Facebook” pode ir longe demais, em detrimento dos candidatos a emprego.
Muitos recrutadores disseram que querem ter uma ideia de como os candidatos são no LinkedIn e podem ficar relutantes em oferecer oportunidades se um perfil parecer inativo. Molly Godfrey, criadora de conteúdo viral e cofundadora da empresa de crescimento no LinkedIn Build Impact Convert, disse que há espaço para conteúdo pessoal, mas é importante não se deixar levar pelo que ela chama de “métricas de vaidade”.
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Essas são coisas como o número de comentários ou curtidas que uma publicação recebe. Alguns de seus clientes têm contas que parecem modestas, mas na verdade fazem muitos negócios porque atingem as pessoas certas. Central para essa estratégia é saber o que um usuário quer alcançar com suas postagens.
Enquanto isso, é importante não confundir sucesso nas redes sociais com sucesso na carreira, avalia o coach executivo Michael Urtuzuástegui Melcher. “No final do dia, você será contratado pela sua competência,” ele disse. “Não pelo número de seguidores que você tem.”