O Exército da Ucrânia lançou um ataque aéreo contra a região de Lipetsk, a 300 Km da fronteira com a Rússia, atingindo ao menos uma base militar, confirmaram fontes em Kiev e Moscou. Ao longo da noite, ao menos 75 drones foram abatidos sobre os céus russos, informou o Ministério da Defesa, que também tenta controlar uma invasão terrestre na região de Kursk. Ao menos nove pessoas ficaram feridas nos bombardeios.
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“Durante o ataque, foram alcançados depósitos com bombas aéreas guiadas e outras instalações na área da base aérea”, informou o Estado-Maior ucraniano em um comunicado, em que classificou o bombardeio como “um sucesso”.
As agências russas RIA Novosti e Tass relataram que um incêndio havia sido registrado na base aérea em Lipetsk, região vizinha a Kursk, sem dar detalhes sobre as suas causas. Nas redes sociais, várias postagens mostraram o que seriam os ataques de drones.
O governador de Lipetsk, Igor Artamonov, alertou que um “ataque maciço de drones” danificou uma central energética e provocou ordens de retirada em quatro municípios. O governador decretou estado de emergência e pediu aos moradores da capital regional que ficassem em suas casas até o fim do alerta.
“Uma infraestrutura energética ficou danificada e cortes de eletricidade foram realizados, mas o fornecimento de energia foi restabelecido na maioria das casas afetadas”, afirmou o governador no Telegram.
O Ministério da Defesa russo, citado por agências de notícias locais, afirmou que mais tropas e armas foram mobilizadas para frear a incursão ucraniana. Ontem, o comando militar já havia anunciado o envio de reservistas para reforçar o combate, enquanto o vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitri Medvedev, acusou a Ucrânia de lançar o ataque apenas para ludibriar os aliados no Ocidente e garantir recursos futuros. O ex-presidente disse que o país deveria aprender uma lição “esmagar” o inimigo.
“[Estamos enviando] lança-foguetes múltiplos BM-21 Grad, peças de artilharia rebocadas, tanques […], veículos Ural e Kamaz”, indicou o Ministério da Defesa russo.
Apesar dos anúncios de reforços e de operações de contra-invasão, autoridades regionais afirmam que o cenário em solo russo ainda é complicado. O governador em exercício de Kursk, Alexey Smirnov, afirmou que o cenário ainda está longe da normalidade, em seu canal do Telegram.
“A situação na região de Kursk continua difícil. Em cooperação com os serviços sociais e organizações não governamentais, um sistema de assistência a pessoas deslocadas internamente foi organizado”, escreveu.
Imagens divulgadas pelas Forças Armadas da Ucrânia indicam que a operação está alcançando alguns sucessos. Cerca de 50 militares russos foram abordados e transportados em um caminhão das forças ucranianas.
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Além de Kursk e Lipetsk, as forças ucranianas também atacaram a cidade ocupada de Sebastopol, na Península da Crimeia, e a região fronteiriça de Belgorod — alvo de ações da Ucrânia ao longo de guerra e de onde partiram algumas ofensivas russas contra o território ucraniano, incluindo uma incursão lançada contra a região de Kharkiv em maio, que pretendia criar uma zona tampão para dificultar disparos diretos realizados por Kiev.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as defesas aéreas interceptaram 75 drones sobre regiões russas durante a noite, incluindo 19 nos céus de Lipetsk. O governador de Belgorod, Viacheslav Gladkov, anunciou, que 29 aparelhos foram abatidos na região, acrescentando que teriam causado danos materiais, mas que não houve feridos.
Em Kiev, as autoridades apontam que a invasão terrestre também tem custos para a Ucrânia. No quarto dia da incursão, autoridades policiais informaram que milhares de pessoas precisam ser retiradas de áreas ao longo da fronteira, quando a incursão chega ao seu quarto dia. A polícia ucraniana disse que “cerca de 20 mil pessoas precisam ser removidos” de 28 assentamentos na região de Sumy, um aumento significativo em relação a uma estimativa anterior de 6 mil pessoas.
Na região de Donetsk, um bombardeio russo atingiu um supermercado na cidade de Kostiantynivka. Dez pessoas morreram e 35 ficaram feridas, de acordo com o Ministério do Interior da Ucrânia. Prédios e lojas próximas também foram atingidas. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que “a Rússia vai pagar por este terror”. (Com AFP)