Escolhemos a dedo a casa alugada: fora de São Paulo, mas não muito longe, no meio do mato. “Uma chácara rústica, com uma piscina de borda infinita incrível, de água mineral”, dizia o anúncio no site. A previsão era de sol o fim de semana inteiro. Antônia colocou na mala seus menores biquínis. O que poderia dar errado?
Tínhamos combinado por WhatsApp que o dono da chácara abriria o portão ao chegarmos. Mas descobrimos que não ficaríamos totalmente a sós: no mesmo terreno havia uma edícula, onde o dono, Artur, um jovem tatuado e musculoso, fazia um churrasco e tocava violão com dois amigos. “Daqui a pouco vamos embora e a chácara será toda de vocês”, garantiu. Senti uma ponta de malícia na voz dele.
Enquanto o casal de amigos não chegava, fizemos uma inspeção do local. A piscina ficava em uma parte alta do terreno, protegida de olhares indiscretos pela vegetação, mas tão próxima da edícula que dava para ouvir a conversa deles.
Roger e Ana Maria chegaram e, sendo gaúcho, ele começou a preparar o churrasco. Artur e os amigos não davam o menor de sinal de irem embora, o que nos mantinha comportados. Só quando começou a anoitecer, eles saíram de carro portão afora, nos deixando, enfim, a sós.
Antônia usava um vestido largo, e não pude deixar de notar o olhar de Roger quando um dos mamilos dela ficou à mostra. Mas, quando parecia que as caipirinhas iriam esquentar a conversa, mais uma surpresa: um dos amigos do dono apareceu e disse que havia perdido o celular.
Mais desconfiada que eu, Antônia cochichou comigo: “É como se estivessem querendo nos pegar no flagra”. “A visita inesperada, apesar de breve, cortou o clima e fomos dormir inocentemente. Na manhã seguinte, subimos os quatro para a piscina, para aproveitar o sol forte.