“E o senhor mesmo sofrendo mais do que qualquer um ali, com sua humildade peculiar, deu uma resposta verdadeira e coerente. Parabéns. Mais uma vez provou que é um grande homem. Um ser humano ímpar. Eu, como os demais brasileiros, gostaria de estar comemorando outro resultado. Porém, sei que ninguém perde por vontade própria. Meu e-mail é para agradecer os momentos de grande felicidade que o senhor e sua equipe proporcionaram a esta nação”, diz um trecho da carta.
Conforme a leitura do então coordenador técnico, a carta é assinada apenas com o nome “Lúcia”, sem sobrenome ou qualquer tipo de complemento. A identidade da autora nunca foi revelada, o que levantou suspeitas, jamais comprovadas, sobre a autenticidade do texto.
Cerca de seis meses depois do ocorrido, em dezembro de 2014, Parreira falou sobre o assunto no programa “Bem Amigos”, do SporTV. Disse que soube da carta por meio de Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da CBF, e admitiu ter se arrependido da leitura.
“A carta não fui eu que tornei pública. Foi comentada, falada pelo Rodrigo, acho que o Felipão também comentou. No finalzinho, talvez eu tenha me arrependido sim. Foi no impulso, ali. O Rodrigo disse: ‘Lê, porque estão falando tanto. Uma pessoa escreveu uma coisa bonita, ela é real, ela é verdadeira, a carta'”, disse na ocasião.
Inevitavelmente, o episódio acabou virando piada, especialmente nas redes sociais. Surgiram diversos perfis no Facebook e no Twitter, atual X, que levavam o nome de “Dona Lúcia” e agiam, em tom de humor, como se fossem os responsáveis pelo texto lido naquele 9 de julho de 2014. Apenas meia hora depois da leitura, um dos perfis no Twitter estava criado e havia postado: “Obrigado por ler minha carta, Parreira”.
No meio esportivo, o tom jocoso também foi adotado. Em 2017, durante participação no Jovem Pan Esportes, o ex-volante Vampeta contou que encontrou Parreira, que foi seu técnico no Corinthians, durante uma festa na casa do ex-lateral-direito Cafu, capitão do penta, e questionou o treinador sobre a carta.