Quando o Dolphin Mini ainda era chamado de Seagull, a BYD anunciou que ele viria ao mercado brasileiro e o preço de R$ 100 mil passou a ser um desejo do mercado, ainda que não exatamente do fabricante, que o colocou a R$ 115.800.
Ainda assim, conforme já falamos aqui na Avaliação NA do subcompacto elétrico, a conta até que bate e ainda com um “desconto”, já que nessa versão completa não saiu a R$ 120 mil, como cogitava ao mercado.
Prometido para produção na Bahia, o BYD Dolphin Mini, contudo, não deve ficar mais barato. O custo de produção no Brasil é tão alto quanto importar da China e isso não deve reduzir o preço do hatch por aqui.
Paula Gama, colunista do site UOL, ouviu o consultor automotivo Ricardo Bacellar, que explica como o Dolphin Mini não deve cair de preço com a nacionalização.
Bacellar explicou: “O mercado chinês é muito maior do que o brasileiro e, portanto, tem muito mais escala, o que influencia muito no custo de produção e, portanto, no preço. A menor escala no Brasil traz uma influência negativa quando se pensa no valor final do produto”.
Por aqui, a alta carga tributária, que incide sobre 40% do preço do carro, é outro fator que impede uma redução de preços. O outro é o custo de mão de obra: “Trabalhadores brasileiros contratados no regime de CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] têm direitos e benefícios que encarecem demais o custo da produção”, comentou.
O consultor apontou também o alto custo de logística no país, amplamente apoiada no modal rodoviário, com estradas precárias e combustível caro, o que aumenta os custos até chegar ao consumidor.
Por fim, a estratégia de mercado da BYD e de outras marcas, visa buscar maior margem num mercado que é altamente competitivo, ainda mais com o Dolphin Mini já concorrendo com carros comuns. Assim, manter o preço garante a manutenção da saúde financeira da operação.
Bacellar finalizou sua análise dizendo que o mais importante é discutir uma redução na cadeia de impostos de quem produz no país do que simplesmente elevar tributos de importados.
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