Na rede social X (antigo Twitter), Marçal parabenizou Nunes por indicar Mello e elogiou seu trabalho na Companhia de Entrepostos e Armazenamento do estado de São Paulo (Ceagesp), mas disse que será eleito e que o prefeito deve amargar um terceiro lugar.
“Como eu sei que Nunes chegará em terceiro lugar nessa eleição, então já divulgo, com a benção de Deus e a confiança do paulistano no projeto de futuro para São Paulo, que eu farei o convite formal ao Mello pra ser o nosso futuro secretário de Segurança Pública. Nesta função ele terá um papel ainda mais relevante, porque o vice não desenvolve nenhuma atividade em um governo e duvido muito que ele tivesse qualquer espaço se o Nunes fosse eleito”, publicou.
Já Boulos, principal adversário de Nunes na corrida à prefeitura, aproveitou para associar Nunes ao bolsonarismo e dar o tom de como será a campanha na maior cidade do país:
— A escolha do Coronel Mello Araújo para vice de Ricardo Nunes deixa claro que é Jair Bolsonaro quem vai mandar na cidade caso o prefeito seja reeleito. O nome do policial foi enfiado goela abaixo de Nunes e seus aliados e é assim que vai ser nos próximos quatro anos se deixarmos São Paulo se transformar numa filial da milícia. Em troca de apoio eleitoral, Nunes é capaz de tudo. Tenho certeza que o povo não vai deixar que o negacionismo e o ódio bolsonaristas ponham as mãos sobre a maior cidade do Brasil — postou Boulos no X (o antigo Twitter).
A decisão de Nunes acata a indicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em janeiro. O anuncio foi feito nesta sexta-feira pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em agenda com o prefeito.
— A gente convergiu com o nome do Mello Araújo. É um nome que agrega muita qualidade. Tem uma trajetória ilibada na Polícia Militar, foi testado como gestor no Ceagesp e se saiu muito bem. Agrega, soma, a gente está muito confortável com essa indicação — falou Tarcísio.
Mello Araujo é um bolsonarista veemente e, a princípio, não agradava Nunes, que preferiria um nome mais de centro. Pressionado pela aproximação entre Bolsonaro e Marçal, também pré-candidato em São Paulo, o prefeito acatou a indicação do ex-presidente. Nesta sexta, Nunes afirmou que quando Bolsonaro lhe apresentou o nome de Araújo não teve muita simpatia, mas que com um “processo democrático de diálogo” e conhecendo sua gestão na Ceagesp, passou a se agradar com a ideia.
— É preciso valorizar esse processo. O Tarcísio passou a defender, depois veio o Apoio do PP, do Republicanos, e fico muito satisfeito que foi uma decisão vinda do melhor ato da democracia, que é o diálogo. Já vou começar a procurá-lo para ajudar no plano de governo. Corajoso, determinado, não aceita questões de corrupção e crime organizado e estamos aí para enfrentar essas questões — falou o prefeito.