A BYD chegou ao Brasil há muito mais tempo que as pessoas imaginam, atuando em segmentos que pouco ou nada chamavam atenção do grande público.
Quanto trouxe o Tan ao país, a marca já tinha certa fama e o SUV enorme e elétrico tinha um preço tão alto que disfarçava bem pretensões da chinesa.
Hoje, o BYD Tan 2025 continua custando muito, porém, diferente do início, o renovado SUV elétrico de sete lugares agora é vitrine da ousadia e agressividade da marca, exibindo nele parte de sua tecnologia, a qual planeja difundir por aqui.
Ainda que lhe falte o status de uma marca de luxo, o SUV não fica a dever muito nos detalhes que fazem dele um carro premium.
Apoiando-se mais em tecnologia que propriamente querer passar uma imagem que remeta a marcas alemãs, por exemplo, o Tan se propõe a oferecer conforto, comodidade, espaço, tecnologia e, claro, desempenho.
Nisso, ele se mostra melhor que a encomenda, que precisa de um bom sinal para seu preço de R$ 536.800.
Com 517 cavalos, o BYD Tan 2025 não é o mais rápido da marca, mas está entre os que fazem isso melhor. Mas, a vida não é composta apenas de 0 a 100 km/h…
É preciso muito mais para se ter um bom carro nas mãos e será que este, da nova dinastia de carros chineses, está dentro disso? Veremos.
Expressividade do espírito da marca
O BYD Tan 2025 – cujo nome original é Tang, devido à dinastia chinesa correspondente – faz parte da linha Dinasty e usa monograma na China, porém, agora está conforme o que se espera dele, usando a identificação nova da marca.
A frente curvada e pronunciada, chama atenção pelo acabamento metalizado entre os faróis full LED triplos e escurecidos.
Alto, o Tan tem uma carroceria esguia e fluida, que em certos aspectos, nos lembra do falecido Renault Captur, tendo boa altura livre do solo, reforçada por enormes rodas de liga leve escurecidas de aro 22 polegadas com pneus 265/40 R22.
As dianteiras não ocultam as pinças de freio da Brembo, um realce interessante para o SUV elétrico. Mas, não fica apenas nisso, pois os discos dianteiros e traseiros são perfurados, reforçando a proposta de performance.
Na traseira, as lanternas em LED foram atualizadas, assim como o para-choque sem as pretensões de desempenho vistas atrás das rodas.
O mesmo se percebe na frente, sem grandes spoilers e apêndices aerodinâmicos, parecendo que foram somente colocados (os freios) para melhorar a estética. O teto solar panorâmico e a antena barbatana fecham o pacote.
Dentro, antes mesmo de entrar, quem não conhece o BYD Tan 2025 irá se surpreender, mas negativamente. Apesar de ser alto, não necessitaria de um estribo lateral, mas seu assoalho é tão espesso por conta da bateria Blade, que é preciso erguer bem a perna para acessar o SUV.
Com tantos carros baixos apresentam estribos inúteis, o Tan merece um e de preferência retrátil, para não matar o visual. Isso ajudaria especialmente pessoas de baixa estatura.
Ainda que a entrada não seja das mais acessíveis, o Tan compensa em parte com o modo de entrada com recuo do assento e da coluna de direção, ambos ajustados eletricamente.
Falando nisso, os bancos dianteiros têm duas memórias, assim como aquecimento e resfriamento. Pouco? Tem também massagem com cinco programas e níveis de intensidade. Com isso, se pode viajar relaxado por muito tempo.
Os bancos são largos e confortáveis, moldando-se bem ao corpo, tendo extensores para os dianteiros. Já os traseiros têm múltiplos ajustes e garantem acesso à terceira fileira, individual e retrátil.
Ali, o espaço é reduzido, mas suficiente para duas pessoas de estatura mediana. Saídas de ar no teto ajudam a ampliar o conforto de quem vai atrás, com uma terceira zona de climatização que, aliás, é filtrada e ionizada com detecção PM2.5 e ânion.
No painel, o cluster digital tem boa aparência e um modo de tela cheia com mapa, assim como opções que vão do minimalista ao desempenho com cronômetro de 0 a 50 km/h e 0 a 100 km/h.
Na função do ACC, o condutor vê até pessoas sendo reproduzidas, como no Auto Pilot da Tesla, por exemplo. Já a multimídia Di-Link com sua tela padrão de 15,6 polegadas não tem a mesma atratividade em girar que nos modelos mais baratos.
A bordo deste SUV, a tela na horizontal é a melhor opção, com ela tendo monitoramento em 360 graus com medição de espaço e imagem 3D, navegador próprio ou do smartphone, alcance da bateria em mapa e diversas opções de iluminação interna em LED, em portas e painel.
Você pode ainda usar uma câmera interna (junto ao espelho interno) para gravar vídeo ou fazer foto, enquanto a opção de karaokê está disponível também.
Como um computador de fato, a Di-Link ajusta tudo, desde o comando de voz até o HUD multifuncional colorido. O teto solar panorâmico e a persiana são touchscreen, assim como as luzes de leitura em LED.
O volante em couro é bem completo e interessante. O Tan tem carregamento indutivo de smartphone com ventilação e sistema de som Dynaudio, de ótima sonorização.
Apenas o console da transmissão poderia ser revisto em seus comandos auxiliares, dado que de dia é impossível ver as funcionalidades do mesmo.
De resto, o ambiente é bem espaço e acabado, com porta-malas tendo tampa de acionamento elétrico e 235 litros com sete pessoas ou 600 com cinco. Ruim ali é a barra de cobertura da bagagem, que não tem seu espaço quando com carro lotado.
Precisa-se levar no assoalho da segunda fileira…
Desempenho mais que aceitável
O BYD Tan 2025 é vendido no Brasil somente em sua versão BEV, ou seja, 100% elétrica, com dois motores que proporcionam tração nas quatro rodas.
O grandalhão foi concebido para isso mesmo e assim, seus 517 cavalos e 71,4 kgfm, que permitem ao modelo ir de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos, mas ele faz menos que isso em seu computador de bordo, chegando 4,2 segundos.
Sua composição consiste em um motor elétrico de 245 cavalos com 35,7 kgfm na frente, enquanto a traseira tem outro com 272 cavalos e 35,7 kgfm.
Com uma robusta (e volumosa) bateria de 108,8 kWh Blade, o BYD Tan 2025 consegue rodar 530 km, sendo 430 km no PBEV. Basicamente é isso, com uma direta de uma velocidade apenas.
No Tan, existem basicamente dois modos de condução, sendo Eco e Sport, com ambas tendo grande capacidade de aceleração e resposta, mesmo buscando economia.
O BYD é suave ao pedal, mas basta apertar mais para que se lance muito mais vigorosamente, garantindo uma saída na frente dos demais carros. Sem alteração de tração, que é sob demanda, os 2.630 kg do Tan parecem bem menos com a grande capacidade de força a bordo.
Mesmo com peso de dois SUVs compactos, o BYD Tan 2025 é ágil e não revela que desloca sobre o asfalto tanta massa assim, sendo isso culpa da enorme bateria Blade, a mesma que cria um degrau para acesso ao carro…
No modo Sport, ele arranca com vigor de carro esportivo e se ajusta a isso. Direção, suspensão e freios são configurados para a forte aceleração. Mas, ainda assim, ele te permite ajustar tudo isso para uma configuração pessoal.
Com essa carga de cavalaria imediata, ele pode até igualar sua aceleração a de SUVs bem mais potentes e muito mais caros, garantindo assim que se tenha um produto que oferece uma condução esportiva, mas não como de um SUV focado somente nisso.
O Tan é um carro rápido, quase um sleeper car como o BYD Seal.
Caso fosse um SUV focado somente no desempenho, seria bem mais baixo, mais firme e ainda teria um pacote aerodinâmico avantajado, fora uma programação de condução com vários modos e daí em diante.
Então, anda muito bem, só não é essencialmente esportivo.
Na economia, o BYD Tan 2025 fez 6,25 km/kWh na cidade, com 5,88 km/kWh a 80 km/h, 4,76 km/kWh e 4,00 km/kWh a 120 km/h.
Como já dissemos antes, estes números de consumo feitos dessa forma são apenas uma mera tentativa de fundir o mundo da combustão com energia, o que não tem nada a ver. Todavia, é assim que o mercado quer saber do consumo.
O imprescindível para quem tem um carro elétrico é o mesmo que seu próprio smartphone, o percentual da bateria. Mais precisamente o alcance no caso do automóvel.
Nesse caso, o BYD Tan 2025 revela isso na forma de um mapa, que mostra até onde o SUV pode chegar com a energia da bateria. Aliás, ele mede tanto o alcance padrão quanto o dinâmico, onde a topografia é calculada.
Assim, não adianta apenas ver a autonomia ou o consumo, é preciso ter em mente a perda ao longo do caminho e traçar um plano de viagem para recarregar no meio do caminho.
O Tan tem isso também e indica os eletropostos ao longo da via, mas pode-se usar ainda o app do PluginShare oud e outras empresas que atuam na área de recarga.
Falando em recarga, o BYD Tan 2025 obteve 5% de bateria a cada uma hora num carregador da Volvo de 7,4 kW, sendo que conseguimos 10% em duas horas, o que deu para repor mais de 40 km de autonomia.
Nesse período, foram quase 13 kWh adicionados à bateria Blade. Assim, é importante verificar numa viagem, também a capacidade do carregador e seu tempo estimado de parada.
Optando-se pode viajar com o Tan, o motorista terá um carro bem acertado, com direção bem responsiva e adaptativa, freios acima da média e suspensão bem calibrada para o conforto e o desempenho, mesmo não sendo pneumática.
Com molas, ela tem amortecedores adaptativos, que merece a configuração esportiva em ruas de piso ondulado ou irregular, visto que a maciez do modo conforto faz o SUV pular um pouco.
Ainda assim, ele absorve bem as imperfeições e filtra pavimentos como de bloquetes e paralelepípedos. Sem trepidações ou batidas de fim de curso, o conjunto é realmente bom.
Na estrada, se mantém firme no modo esportivo, com boa estabilidade em curvas e desvios de trajetória, permitindo assim que se curta mais a viagem.
Com pneus bem largos, rodas enormes e centro de gravidade baixo, o BYD Tan 2025 tem uma excelente dinâmica de condução, se mantendo bem neutro o tempo todo.
Além disso, ele traz ainda um pacote ADAS+ com controle de cruzeiro adaptativo, auxiliado por assistente de faixa e saída de pista, garantindo muito conforto e segurança.
Detecta até pedestres no cluster e centra bem o carro na faixa de rolamento. O HUD também ajuda, com muita informação.
O sistema de frenagem automática de emergência atua bem, tal como os alertas de ponto cego e demais dispositivos de manobra.
Com um bom pacote a bordo, o BYD Tan 2025 tem um desempenho merecido e muito conforto a bordo. Valeria só por isso.
Boa proposta, mas sem status de luxo
O BYD Tan 2025 é uma boa proposta de SUV elétrico, que reúne muitos atributos e poucos itens que precisariam melhorar, sendo um produto que tem a vantagem de ter sete lugares e uma motorização bem potente.
A conectividade a bordo é elevada, com atualização remota OTA, acesso e partida via NFC e uma arquitetura voltada para viagens, o que significa mais conforto.
Custando R$ 536.800, o BYD Tan 2025 está sozinho em sua faixa de preço, mas mesmo assim tem alguns players próximos que podem atrapalhar sua vida, como o BMW iX3 por R$ 500.950.
Menor, ele tem 286 cavalos e 381 km de autônoma no PBEV, porém, carrega o status da marca alemã que, para muita gente, é o principal.
O Volvo XC60 Polestar Engineered custa R$ 525.950 e é híbrido plug-in com 462 cavalos, tendo uma pegada mais esportiva. Já o Mercedes-Benz GLC 300 4Matic sai por R$ 531.900, mas conta apenas com motor 2.0 Turbo de 258 cavalos e abastecido com gasolina.
Assim, para cada tipo de propulsão em sua faixa de preço, o BYD Tan 2025 tem um rival de peso de marcas de luxo tradicionais. Realmente hoje é preciso ostentar uma marca de luxo ou isso ficou para trás?
Nessa hora, ficam as prioridades, mas se elas se encaixam neste SUV elétrico chinês, por que não?
BYD Tan 2025 – Galeria de fotos
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